A polêmica em torno da cobrança de pedágio no Rodoanel Mário Covas chegou à Câmara de Taboão da Serra. Na sessão da última terça-feira a maioria dos vereadores da casa afirmaram ser contrários à cobrança alegando que a mesma trará resultados negativos para a cidade. Os vereadores pretendem encaminhar um documento ao governo do Estado pedindo que o pedagiamento no local seja suspenso.
O assunto foi levado ao plenário pelo vereador petista Professor Moreira. Ele disse que diariamente 170 mil veículos trafegam pelo Rodoanel. O vereador prevê uma redução significativa nesse percentual já que a maioria dos motoristas deverá preferir se livrar das 16 praças de pedágio que já estão sendo construídas. Para o vereador, a cobrança vai encarecer o custo das mercadorias e aumentar o fluxo de veículos na cidade.
“Essa cobrança vai trazer muitos transtornos. Taboão poderá sofrer muito com essa decisão”, prevê Moreira, acrescentando que todos os municípios vizinhos ao Rodoanel estão se mobilizando contra mais essa privatização promovida pelo governo tucano.
O vereador Natal Soares, líder do PP na Câmara, alega que a cobrança é negativa e inconstitucional. Ele disse que o tema já foi discutido na Conferência Nacional das Cidades e que os delegados participantes deliberaram contrários à medida. Natal lembra que na ocasião foi articulado um documento para ser encaminhado ao presidente da República, a fim de impedir o pedagiamento da região.
“Se houver pedágio o primeiro aspecto negativo será a qualidade do asfalto na cidade. Como vai haver um aumento significativo de veículos haverá mais gastos para manter o asfalto em bom estado”, pondera o vereador.
O presidente da Casa e líder do PMDB, vereador José Elói também disse que é contrário à cobrança. Para ele, o pedágio é uma nova forma de imposto já que ninguém consegue escapar da cobrança. “Sou totalmente contrário. Já pagamos impostos demais”, salientou, garantindo que a Câmara irá participar das iniciativas contrárias à cobrança.
Depois de ouvir o discurso dos colegas contrários ao pedágio, o vereador Francisco Savazzi, atual líder dos PSDB na Câmara, cobrou do governo Lula o fim da CPMF, dando a entender que é favorável ao pedagiamento do Rodoanel.
Recentemente, o prefeito Evilásio Farias também se posicionou contrário à medida. Ele taxou a medida de abusiva e disse que irá “andar lado a lado com o movimento cobra a cobrança”.
Nesta quarta-feira a Frente Parlamentar contra o Pedágio no Rodoanel se reuniu na Assembléia Legislativa Estadual. As obras de construção das cabines de cobrança de pedágio do Rodoanel Mário Covas estão em ritmo acelerado.
A previsão é de que sejam implantadas 16 praças nos mais de 32 quilômetros da via, ou seja, uma praça de cobrança a cada 2 km. Quem passa pelo local e observa atentamente já pode notar as mudanças que estão sendo feitas para a implantação do sistema de cobrança.
Até o momento, sabe-se que o Rodoanel terá dois tipos de pedágio para carros de passeio. Um deles com tarifa de R$ 5,00 para os que usarem toda a extensão da via expressa e outro de R$ 2,20 para os veículos que percorrerem apenas alguns quilômetros da pista. Ainda não foi definido o valor para cobrança de veículos de carga. Segundo o governo do Estado a cobrança nos 32,6 quilômetros do trecho do Rodoanel vai começar no início de 2008.
Já castigados pelo excesso de pedágios no Estado os motoristas reclamam que mais essa tarifação vai trazer prejuízos. “Se continuar desse jeito em breve não haverá mais rodovias púbicas em São Paulo”, reclama o caminhoneiro Everaldo de Souza, 48 anos.