O trecho de 15 quilômetros que vai do Complexo Viário do 4º Centenário até a Fortaleza do Forró registra três acidentes por dia. O acidente que vitimou a assessora política Ellen Mota, filha de Graça Mota, coordenadora da campanha de reeleição da governadora Wilma de Faria,na última terça-feira expôs a triste realidade que vive a BR-101. O número de acidentes com vítimas fatais é muito alto e os índices crescem a cada dia. Somente entre agosto de 2005 e julho de 2006 foram registrados 959 acidentes com 17 mortos e 301 feridos. Isso perfaz 87,18 acidentes por mês e 2,906 por dia.

Para a Polícia Rodoviária Federal esses são números altos que comprovam que a combinação entre falta de atenção e excesso de velocidade é fatal para que esse tipo de acidente ocorra. De acordo com o assessor de comunicação da PRF-RN, Inspetor Roberto Cabral, o que mais causa acidentes em rodovias é a falta de atenção e de educação dos motoristas. ‘‘Esse é o trecho mais bem sinalizado e em melhores condições das rodovias federais do estado, mas os motoristas acham que isso é uma atestado para que possam correr cada vez mais e acabam colocando suas vidas em risco’’, explica.

De acordo com as estatísticas da PRF o trecho mais perigoso da BR fica entre os Kms 97 e 98, próximo a entrada do túnel de Neópolis. Lá, no último ano, foram registrados 178 acidentes com 43 vítimas e dois mortos. O Inspetor Cabral explica que onde há cruzamento de níveis a probabilidade de acidentes aumenta. O segundo ponto mais perigoso também é de um semáforo, o que dá acesso a Cidade Satélite e Nova Parnamirim, com um registro de 122 acidentes, 38 feridos e dois mortos.

Um ponto com baixo nível de acidentes mas com alto número de mortes é a entrada de Emaús. Apesar de possuir uma passarela e um semáforo para o cruzamento de níveis, três mortes ocorreram no último ano. Mesmo número registrado nas proximidades da entrada do Cemitério Morada da Paz e depois da entrada da Vila Folia.

A polícia explica que já estão sendo providenciados radares para limitar a velocidade no ponto onde ocorreu o acidente. Uma curva em declive de aproximadamente 900 metros. ‘‘O limite e as placas existem, mas a falta de educação dos motorista obriga a instalação do equipamento’’, relata Cabral. Para ele, o que as pessoas chamam de ‘‘indústria da multa’’ poderia ser evitada se houvesse respeito as leis. Além dos radares, dois pardais estão em estudo para instalação, provavelmente, nos pontos com maiores índices.

Dois tipos de acidentes são os campeões em toda a BR, colisões traseiras e laterais de pequena gravidade. As pessoas costumam se ditrair ao trocar de pista, o que leva aos acidentes. Mas a polícia alerta. ‘‘Se as leis forem respeitadas, os limites de velocidade cumpridos e for mantida a atenção necessária no trânsito, essas estatísticas podem ter uma grande redução’’, conclui Cabral.