Os engenheiros da Transerp (Empresa de Transportes Urbanos) afirmam que a morosidade no trânsito em Ribeirão Preto é provocada, em grande parte, pela falta de obras de arte. Entenda-se por obras de arte, viadutos, pontes e passagens subterrâneas.
E para comprovar o que estão dizendo, citam Campinas como exemplo. Enquanto a cidade de 1,5 milhão de habitantes contabiliza 315 cruzamentos com semáforos, Ribeirão Preto ostenta 417 – ou seja, 102 sinaleiros a mais.
Campinas, atestam, tem muita obra de arte. Ribeirão Preto é paupérrima neste aspecto.
Outro fator que contribui, em muito, para complicar o trânsito na área central, é a circulação de ônibus intermunicipais e interestaduais pelas avenidas Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira.
Os ônibus deveriam entrar e sair da cidade usando o rodoanel, chegando até a rodoviária procedentes da rodovia Atílio Balbo, que liga Ribeirão a Sertãozinho.
Pelas contas dos engenheiro, são cerca de 300 ônibus, diários, circulando por vias já estranguladas.
Estacionamento
O trânsito sofreria um grande alívio na região das avenidas Francisco Junqueira e Jerônimo Gonçalves, com o fim do estacionamento na Francisco Junqueira até o cruzamento com o viaduto José Sarney.
Soluções
Os engenheiros José Antônio Silva Gonçalves e Paulo Tablas citam outras quatro medidas que, se tomadas, agilizaria a movimentação dos carros e ônibus urbanos.
A construção de um viaduto ligando as avenidas Guadalajara e Henry Nestlé acabaria de vez com os congestionamentos na ligação Lagoinha e bairros além da Vila Abranches.
O mesmo se aplica aos cruzamentos das avenidas Castelo Branco-Presidente Kennedy; e Castelo Branco/Leão XIII. Aliás, o governador José Serra já teria liberado verbas para a construção de obras de arte nos dois locais. Uma boa medida, mesmo em se tratando de ano eleitoral.
Outro ponto crucial, já complicado, e com tendência de se tornar insuportável, é o acesso ao Ribeirão Verde (bairros Palmeiras, Antônio Palocci e Diva Tarlá).
Todo o trânsito para aquele local é feito pela Estrada das Palmeiras. Uma ponte, sobre a via Anhangüera, na extensão da avenida Brasil, resolveria o problema de vez.
53 novos veículos a cada dia em Ribeirão no ano passado
A malha viária de Ribeirão Preto, de 1.900 quilômetros de extensão, distância equivalente entre São Paulo-Salvador, recebeu 53 novos veículos por dia no ano passado, em comparação com 2006. Os dados são do setor de engenharia da Transerp (Empresa de Transportes Urbanos).
Só de automóveis e utilitário foram emplacadas 42 unidades/dia. Somadas às oito motos colocadas nas ruas, diariamente, chega-se a 50. Contando ônibus e caminhões atinge-se o expressivo número de 53 veículos/dia. Se somarmos os emplacados (incluindo reboques e semi-reboques) vamos a 70.
Durante o ano, no total, foram 12.326 automóveis; 9.740 motos; 2.678 utilitários; 442 caminhões; 55 ônibus e 271 reboques e semi-reboques.
Bom para as revendedoras de veículos e motocicletas, para os estacionamentos – já em número de 173 – para as auto-escolas e despachantes. Pior para o dia-a-dia do trânsito.
A frota
A frota de Ribeirão, em dezembro do ano passado, foi fechada com 324.566 veículos. Em 2006, o número de veículo em nossas ruas era de 299.025.
Mas a Ciretran, em São Paulo, informou que a nossa frota bateu fevereiro em 329.434 veículos, crescimento de 4.968 novos emplacados em apenas dois meses. Pelo jeito, vem aí, no final do ano, outro recorde de carros novos.
Presidente Vargas/Fiúsa exige obra ou, diz o técnico, desapropriação
O engenheiro José Aníbal Laguna, da Secretaria de Obras, diz que o congestionamento na Presidente Vargas com a João Fiúsa, na zona Sul, pode ser resolvido de duas maneiras. A primeira, é com uma obra de arte: a Fiúsa passaria sobre a Presidente Vargas, que percorreria cerca de cem metros sob o solo.
A segunda, a solução mais inteligente, seria o prolongamento da avenida Fernando Ferreira Leite. Ele acredita que com o investimento de dois milhões de reais, em desapropriação, ficaria fácil prolongar a avenida, que receberia todo o trânsito da zona Oeste (Vila Virgínia, Adão do Carmo, Planalto Verde, Sumarezinho, Monte Alegre) em direção ao RibeirãoShopping.
“Nesse caso, o trânsito na Fiúsa diminuiria em cerca de 80%”, explicou José Anibal Laguna.
Centro
Já o trânsito na área central de Ribeirão é considerado crítico. Nada foi feito para melhorá-lo nos últimos 60 anos, como aberturas ou alargamentos de ruas. A ampliação do Calçadão contribuiu para tumutuá-lo mais ainda. Uma das soluções apontadas é o rodízio.
Os 13 pontos críticos segundo a Transerp:
1 – Castelo Branco/Presidente Kennedy (Lagoinha-zona Leste)
2 – Rotatória Amin Calil/ Francisco Junqueira (Centro)
3 – Presidente Vargas/João Fiúsa Irajá e Jardim Califórnia (zona Sul)
4 – Lagoinha/Vila Abranches/Interlagos (viaduto sob a Anhangüera) zona Leste
5 – Francisco Junqueira/Jerônimo Gonçalves (Centro)
6 -Castelo Branco/Leão XIII (Ribeirânia-Castelo Branco Novo) zona Leste
7 – Avenida Brasil/Estrada das Palmeiras/Ribeirão Verde/ Antônio Palocci/Diva Tarlá (zona Leste)
8 – Nove de Julho/Presidente Vargas (zona Sul)
9 – Nove de Julho/Antônio Diedericksen/Portugal/Costábile Romano (Jardim América)
10 – Alameda Botafogo/Guatapará/Caramuru (área da Rodoviária-Câmara Municipal) – Vila Virgínia
11 – Saudade/Padre Euclides (cruzamento da Santa Casa) Campos Elíseos
12 – Florêncio de Abreu/Sir Alexander Fleming/Avenida Independência (Vila Seixas, Centro)
13 – Avenida Bananal/João Bim/ Avenida Meira Júnior (Jardim Paulistano, Vila Comercial e Jardim Novo Mundo) zona Leste