Trafegar no trecho entre Sorriso e Sinop, um trajeto de cerca de 90 quilômetros é uma verdadeira prova de resistência, tanto física quanto psicológica para quem necessita utilizar a rodovia BR-163.

Os buracos tomaram conta e não permitem que se tenha uma viagem no mínimo digna. Problemas antigos já fazem parte do dia-a-dia da estrada, como a falta total de sinalização, nenhuma faixa sequer na pista, o leito sendo corroído pelas laterais deixando o eixo de rolamento cada vez mais estreito e o matagal nas margens compõem a única via de ir e vir da região norte do estado de Mato Grosso, aliás, uma das únicas obras de responsabilidade do governo federal na região.

Fazendo o trecho Sorriso-Sinop e voltando a reportagem da Rádio Sorriso sentiu na pele, ou melhor, no corpo todo, a dor (e não é metáfora não) de andar nesta rodovia. A dor de quem estava às margens da estrada com o veículo quebrado. Na ocasião da passagem da equipe da Sorriso foram contados quatro caminhões danificados. Quando nos deparamos com uma “equipe” realizando trabalhos de tapa-buracos na rodovia a primeira atitude que temos é sorrir, mas sorrir de desgosto, de reprovação, uma vez que nem de longe chega próximo à demanda que a BR-163 requer. A equipe se resume à um caminhão caçamba toco com cerca de dez homens limpando buracos e jogando material asfáltico dentro. Obs: chamou a atenção o local onde o trabalho estava sendo realizado, próximo à entrada de Sinop, onde a rodovia está relativamente “boa”, com muito menos buracos que em frente aos armazéns da Bunge, por exemplo, onde literalmente não existe mais trafegabilidade.

Ficamos nos perguntando porque tanto descaso e tanto sofrimento para o povo desta região do estado de Mato Grosso? Porque não temos a resposta conforme tínhamos a expectativa de ter do diretor geral do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transportes), Luiz Antônio Pagot, que é daqui (de MT)? Porque em outros locais do estado e principalmente de estados vizinhos, com muito menos força política e econômica que Mato Grosso, as rodovias estão melhores? Porque também uma região com SETE deputados estaduais dos atuais vinte e quatro na Assembléia Legislativa do estado, não consegue ter nem mesmo a manutenção da rodovia? Enfim…poderíamos enumerar muitos porquês sobre a lástima que é a única forma de chegar ou sair da região. OBS: O milho derramando de uma carreta na estrada retratou fielmente o prejuízo que esta estrada esta causando para nosso povo. O mínimo que se espera é de que as autoridades, sejam quais forem, tomem providências para dar o mínimo de dignidade para quem PRECISA utilizar esta via.