Número de vítimas fatais (99) caiu quase à metade, em relação ao Natal; multas por radar mais que dobraram
O número de mortes nas estradas federais no feriado do ano-novo caiu quase à metade, em comparação com o Natal, quando foi registrado o número recorde de 196 pessoas mortas em acidentes. Entre 28 de dezembro e 1º de janeiro, ocorreram 99 mortes nas rodovias – uma redução de 49,5% em relação ao período de 21 a 25 de dezembro.
Em nota divulgada ontem, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atribuiu o resultado aos ajustes feitos na Operação Ano Novo, que intensificou a fiscalização, depois dos números trágicos do Natal.
A PRF detalhou para o Estado o número de mortes a cada dia do feriado de réveillon, o que revela a concentração de ocorrências na volta para casa: em 1º de janeiro, 31 pessoas morreram nas estradas federais. Na véspera, último dia do ano, foram apenas 3 mortes, o menor número de 2007, segundo a polícia. No dia 28 de dezembro (sexta-feira), foram registradas 20 mortes. No sábado, dia 29, o número aumentou para 26. Caiu para 19 no domingo, dia 30.
No feriado do ano-novo, ficaram feridas 1.276 pessoas – 31,7% a menos que no feriado do Natal. Foram registrados 1.738 acidentes – índice 32,1% menor que no Natal. Os dados referem-se aos 61 mil km das estradas federais. Em relação ao feriado de réveillon de 2006/2007, a redução foi de 10,8% nas mortes. Os acidentes caíram 14,2% e o número de feridos diminuiu 13,7%.
O aumento do número de blitze, a redistribuição de radares e o aumento da carga horária dos policiais – que chegaram a fazer plantões de 30 horas ininterruptas – fizeram crescer em 19,2% as autuações de motoristas. O número de multas por radar mais que dobrou, passando de 17 mil no feriado de Natal para 40 mil no de ano-novo.
No feriado do Natal de 2007, as 196 mortes nas estradas federais representaram o maior número registrado em 20 anos de medições, segundo a PRF. Em 2006, houve 129 mortes do Natal, quando o feriado teve um dia a menos, e foi de 22 a 25 de dezembro. Em 2006, a média de mortes foi de 32,2 por dia do feriadão, enquanto em 2007, foi de 39,2. As médias do ano-novo foram menores: 22,2 mortes por dia em 2006/2007 e 19,8 em 2007/2008.
Somando esses últimos dias dos feriados de Natal e ano-novo,as estradas federais registraram 295 mortes, ante 240 do mesmo período do ano anterior – um aumento de 22,9% nos números absolutos. A média foi de 29,5 mortes por dia nos feriados de 2007/2008; e de 26,6 nos feriados de 2006/2007.
Em nota, a PRF informou que “as estatísticas registradas no feriado de Natal levaram a Polícia Rodoviária Federal a promover ajustes na Operação Ano Novo” e que “em vários Estados, foram montadas escalas extras, inclusive com convocação de agentes de folga e emprego de policiais do serviço administrativo”.
MUITO MAIS MULTAS
Segundo o chefe nacional de Comunicação Social da PRF, inspetor Alexandre Castilho, as blitze foram espalhadas por mais pontos das estradas federais, em especial aqueles onde já se sabe que os motoristas costumam dirigir além da velocidade máxima. “Foi quase como botar açúcar para formiga”, comparou o inspetor, citando o aumento das multas por radar. “Infelizmente, os motoristas deram demonstração de que não respeitam as leis do trânsito”, afirmou. Além das multas por excesso de velocidade emitidas pelos radares, as mais de 22 mil autuações do ano-novo foram feitas principalmente por ultrapassagens indevidas, condições indevidas dos carros e probleMas de documentação de motoristas e veículos.
Segundo Castilho, o fluxo de carros foi o mesmo no ano-novo e no Natal e a diminuição dos acidentes, feridos e mortes foi resultado direto da fiscalização intensificada. O inspetor disse que, enquanto no Natal o maior movimento é para o interior do País, no réveillon o fluxo foi voltado para o litoral.