Trabalho começa em outubro e exigirá investimento de R$ 500 milhões. “Não é um tapa buraco”, diz secretário estadual dos Transportes.
A primeira etapa do programa de recuperação e pavimentação de estradas vicinais paulistas vai beneficiar 199 cidades. As obras começam em outubro. Os mais de 2 milhões de quilômetros de rodovias devem estar concluídos em um ano.
“Não é um tapa buraco”, diz o secretário estadual de Transportes, Mauro Arce. “Em alguns locais essas estradas se deterioram por falta de drenagem, a água fica empoçada e o asfalto se deteriora com maior velocidade. Então vai ser um processo de quase reconstrução mesmo dessas estradas.”
O investimento total será de quase R$ 500 milhões, investidos pelo governo estadual e pela iniciativa privada. “Em geral nós esperamos aí entre 15% e 30% de parceria. E nós pretendemos continuar com essa parceria no processo de manutenção também”, afirma o secretário.
A segunda etapa deve ser lançada em seguida, para refazer os 13 mil quilômetros de estradas municipais que estão com o asfalto deteriorado. O trabalho vai facilitar a vida de caminhoneiros e o escoamento da produção agrícola do estado.
Os pneus do caminhão de Sebastião Celestino Filho deveriam ser trocados a cada 100 mil km. Mas as estradas do interior do estado a manutenção é precoce. “O caminhão com 27 mil km eu tive que trocar os pneus. Já não dava mais. E o normal é 100 mil km”, reclama o caminhoneiro.
Na Ceagesp, maior entreposto comercial da América Latina, chegam cerca de 5 mil caminhões por dia. Os buracos causam prejuízo por causa dos atrasos e dos produtos danificados.
“Gera atraso também na chegada dos produtos aqui. Chega um pouco danificado e na hora de comercializar as vezes os valores não batem com o esperado desse produtor”, conta Rodson Coringa, presidente do Sindicato dos Permissionários em centrais de abastecimento de alimento do estado de São Paulo. “Acreditamos que até 10% há desperdício e isso sem contar muitas vezes caminhões que tombam na estrada que aí há o desperdício da carga inteira.”
Regiões
A região de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo, é a maior beneficiada pelo programa com um investimento de R$ 65 milhões. Dinheiro que deve ajudar a melhorar as condições das vicinais utilizadas principalmente no transporte de cana-de-açúcar.
No Alto Tietê, considerado cinturão verde do estado, o investimento será em seis vicinais. São cinco mil propriedades rurais cortadas por várias estradas. Em períodos de muita chuva, parte da produção é perdida por causa das más condições das vias.
A região de Barretos, a 424 km da capital, tem a vicinal que vai receber a maior extensão de melhorias. Entre os 120 km totais que vão ser recuperados, estão os 55 km da estrada que vai de Rio Pardo a Pitangueiras.
No Vale do Paraíba,a vicinal que liga Monteiro Lobato, a 122 km de São Paulo, a Caçapava, a 112 km, é uma das sete estradas que vão ser recuperadas. Ela é usada para escoar principalmente a produção de papel e celulose, gado e cana. A melhora nas estradas pode também incrementar o potencial turístico. A região é procurada por causa do clima de montanha.