Sete pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas, em conseqüência do tombamento do ônibus da empresa de transporte Jauá de placa JOZ-2333, no km 58 da rodovia BA-420, trecho conhecido como curva do “S”, no município de São Félix, cidade do recôncavo baiano a situada a 110km de Salvador. Dezesseis das vítimas foram internadas em estado grave num hospital local, sendo que duas delas foram transferidas para o Hospital Geral do Estado, no helicóptero da Polícia Militar. O motorista do coletivo, Demerval Ribeiro da Silva, fugiu do local do acidente sem prestar socorro às vítimas.
Cinco dos sete mortos já estão identificados: Betânia Maria Veríssimo dos Santos, 12 anos, Lívia Lago Cardoso, 19, José Renilton da Cruz de Jesus, Joana Bispo Santana, 44, e Rosenil Andrade do Lago, 40. Até ontem à noite, os corpos de um homem e de uma mulher permaneciam com a identidade ignorada, porque estavam sem documentos e não foram reconhecidos por parentes. Policiais rodoviários estaduais suspeitam que o acidente tenha sido causado por um defeito no veículo.
O ônibus da Jauá saiu da rodoviária de Salvador, por volta das 7h, com destino a Maragogipe. O acidente aconteceu por volta das 9h30. Ao chegar à chamada “curva do S”, o coletivo tombou e deslizou lateralmente no asfalto por cerca de dez metros, partiu o guard-rail (proteção de ferro à margem da rodovia) e parou próximo de uma ribanceira, atravessado entre a estrada e o acostamento. De acordo com policiais rodoviários, os passageiros que morreram no local foram esmagados pelos demais ocupantes do veículo e por objetos que se desprenderam com o movimento brusco.
Pânico – Houve pânico, principalmente entre mulheres, crianças e idosos, mas alguns passageiros que saíram ilesos ajudaram a retirar os feridos do ônibus. Motoristas de carros particulares que passavam pelo local socorreram algumas vítimas, até a chegada de ambulâncias do Salvar e de várias unidades de saúde da região. Pelo menos 30 pessoas foram levadas para o Hospital Nossa Senhora de Pompéia, em São Félix, enquanto outras cinco foram levadas para o Hospital Nossa Senhora da Saúde, na cidade de Maragogipe.
Apresentando ferimentos mais graves, Antônia Eliana de Souza, 44, e Maria Rita Freitas Nascimento, 29, foram transferidas no helicóptero da Polícia Militar para o HGE, em Salvador. Pouco tempo depois do acidente, foram localizados quatro cadáveres no interior do ônibus, enquanto os outros três só foram resgatados das ferragens à tarde por uma equipe do Corpo de Bombeiros.
O trabalho da polícia e do Corpo de Bombeiros foi acompanhado por dezenas de pessoas, dentre as quais parentes e amigos das vítimas, em meio a um clima de comoção. A maioria dos passageiros morava em distritos de Maragogipe. Uma equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Alagoinhas só concluiu a perícia nos cadáveres e no coletivo, ao final da tarde, quando a rodovia foi totalmente liberada para o tráfego.
O ônibus ficou com a lateral esquerda bastante destruída e todos os vidros quebrados. Em função do relato dos sobreviventes, patrulheiros da 3ª Companhia Independente da Polícia Rodoviária Estadual (CIA-PRE/Santo Amaro) suspeitam que o acidente possa ter sido causado por defeito mecânico, o que somente poderá ser confirmado pelo laudo.
Vários passageiros relatam que ao longo da viagem o motorista não desenvolveu alta velocidade, embora, momentos antes do acidente, o veículo tenha começado subitamente a ficar mais rápido. O trecho onde ocorreu o acidente é considerado um dos mais perigosos da estrada, porque tem uma curva em “S” bastante fechada, além de um pequeno declive.