Em junho deste ano, um homem teve a cabeça arrancada após ter sido atropelado por um Celta em alta velocidade na rodovia BR-316. Com o impacto, a cabeça da vítima foi arremessada a 100 metros do corpo. José Luiz Silva da Luz tinha 38 anos e voltava para casa após um dia de trabalho. Em julho, um ciclista perdeu as duas pernas em um atropelamento na rodovia BR-316, na altura do km 2. Ele foi atropelado por um veículo e o motorista não parou para prestar
socorro. No mês passado, um caminhão matou o braçal Damião Costa da Silva, de 58 anos, nas proximidades de Marituba (quilômetro 13). Damião tentou atravessar a pista na frente de um ônibus e não percebeu que vinha um caminhão ao lado do coletivo.
Ainda no mês passado, Manoel Francisco, de 55 anos, foi atropelado na mesma rodovia, no centro de Ananindeua. Ele foi socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu poucos dias depois. Na tarde de ontem, um senhor de 66 anos morreu após ter sido atropelado por um Fiat. Carlos Souza Pereira estava em uma bicicleta e, quando tentava atravessar a pista na frente de um ônibus, foi atingido pelo carro. A morte também foi na BR-316. Os casos citados são exemplos dos perigos existentes na rodovia que liga Belém a outras cidades e Estados. A maioria dos acidentes ocorre no trecho que vai do Entroncamento até Marituba, em função da grande quantidade de pessoas que moram nesta região.
Quem vive nas ruas que ficam próximas à BR, precisa ter um cuidado redobrado. Além da reclamação de imprudência por parte dos motoristas, os moradores também afirmam que a sinalização não é eficiente, faltam faixas e passarelas para pedestres e ciclovia para
ciclistas.
Este ano, o número de acidentes na BR-316 no mês de julho foi superior ao ano passado.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a quantidade saltou de 67 em 2005 para 93 em 2006, total registrado em todos os finais de semana do veraneio.
Para discutir soluções aos problemas de trânsito e pedir providências do poder público, moradores de diversos bairros de Ananindeua criaram o Movimento Sinal de Vida. Segundo um dos
coordenadores, Ricardo Salim, a mobilização teve início depois que a ocorrência de acidentes começou a ficar mais intensa, assim como o número de veículos que trafegam pela BR-316.
Segundo dados da PRF, fornecidos pelo Movimento, dos 1.952 acidentes ocorridos na parte paraense da BR-316 em 2002, 834 foram no município de Ananindeua, somando 333 feridos e 27 mortos. Em 2003, dos 1.768 acidentes, 825 foram em Ananindeua, com 350 feridos e 31 mortos.
No ano seguinte (2004), foram 1.363 acidentes na BR-316 do Pará, dos quais 812 em Ananindeua, 250 feridos e 16 mortos. Somente no primeiro trimestre de 2005, dos 351 acidentes, 202 foram no município de Ananindeua, com 59 feridos e três mortos.