A indignação dos usuários da RS-400 e da RSC-481, entre Candelária e Arroio do Tigre, pode ser sintetizada na frase de um motorista: “Mostra para a Yeda”. Este foi o grito do proprietário de um veículo que trafegava pela rodovia na altura da localidade de Passa Sete, em Candelária, ao ver o fotógrafo da Gazeta do Sul captando imagens dos buracos que crescem em tamanho e quantidade cada vez maiores.
As interferências dos funcionários do Daer com “regador” de piche e pás para espalhar a brita não demonstram efeito diante do tamanho das crateras em alguns trechos. O acidente envolvendo uma Pajero de Porto Alegre e um Fiat Pálio na tarde do dia 1º de junho, com a morte da aposentada Yonar Lindenmeyer Talayer, de 73 anos, entra nas estatísticas das tragédias anunciadas com antecedência às quais se arriscam todos os usuários da rodovia, sem outra alternativa de deslocamento para fazer o trajeto entre a região Centro-Serra e Santa Cruz do Sul ou Porto Alegre.
Os buracos traiçoeiros tomam conta da pista de rolamento, sem chance de desvio, no meio de retas e em curvas, sem visibilidade à distância ou qualquer sinalização sobre o perigo. Com estas condições, as freadas bruscas para evitar danos nos veículos se tornaram rotina ao longo do trecho. E em vários locais não resta alternativa a não ser procurar desviar pelo acostamento sem asfalto, à beira dos abismos da serra.
A situação se agrava à noite e nos dias com intensa neblina devido às dificuldades de visualização e a precariedade na sinalização da pista. O fluxo de caminhões é cada vez maior no trajeto, pois a estrada serve para o escoamento de toda a produção do Centro-Serra e de grande parte das mercadorias do Noroeste do Estado. Além disso, diariamente dezenas de estudantes se deslocam pela rodovia a fim de freqüentarem as aulas em universidades.