“Motorista. Já pensou se você atropela alguém?” . Esses dizeres estão em uma das mais de 100 placas espalhadas pela Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), conhecida como rodovia da morte, no trecho que liga Campinas à Monte Mor. Isso pode até alertar quem precisa utilizar a via diariamente, mas são os mais de 70 obstáculos, em apenas 26 Km, entre lombadas, sonorizadores e radares, somados a imprudência dos motoristas, que colaboram para aumentar ainda mais as estatísticas de acidentes e atropelamentos.
Em vez de procurar outras alternativas para a redução de velocidade, algumas rodovias parecem querer adotar esse mesmo modelo. É o caso da Dom Pedro I, na extensão que corta Campinas, e também da General Milton Tavares de Souza, que liga Campinas a Paulínia.
Apenas nessa semana foram instalados na Rodovia Dom Pedro I quatro novos equipamentos. Ontem um acidente grave ocorreu próximo ao radar do Km 131, e matou o caminhoneiro Antônio Alves, de 56 anos. Uma das hipóteses apontadas pela polícia é de que o acidente pode ter sido causado pela redução de velocidade do carro que estava na frente do caminhão. Isso por conta da proximidade do radar.
A previsão, de acordo com a Empresa de Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa), é de que até o final de outubro, sejam colocados nove aparelhos em toda a Dom Pedro I. As instalações começaram no dia 25 de junho desse ano. O objetivo, informou a assessoria de imprensa, é proporcionar mais segurança aos motoristas e pedestres.
No entanto, a empresa não soube informar se esses radares ficarão na região de Campinas, mas ressaltou que haverá sinalização com placas para todos eles. Até a tarde de ontem, os quatro novos pontos onde os radares foram instalados na Rodovia Dom Pedro I ainda não tinham sinalização.
Na rodovia General Milton Tavares já são nove aparelhos até a entrada de Paulínia. O limite de velocidade varia de acordo com os pontos nas três rodovias. Na Campinas-Monte Mor, em apenas 500 metros, o motorista reduz de 80 km/h para 60 km, seguindo a redução para 40 km até chegar a 30 km. Depois de passar por quatro lombadas seguidas a velocidade volta a ser de 80 km. Mas logo a frente, outros novos redutores de velocidade exigem atenção redobrada dos motoristas. Isso ocorre nos 26 km até Monte Mor.
O Departamento de Estradas e Rodagens (DER), que administra a SP-101 tenta, desde 2004, desenvolver projetos com a intenção de evitar acidentes, mesmo assim, os índices de atropelamentos e de colisões ainda são grandes. Entre janeiro de julho deste ano, foram registrados 379 acidentes. Oitenta das ocorrências tiveram como resultado feridos graves ou vítimas fatais.