Uma tonelada de maconha que seria distribuída no Grande ABC foi apreendida sábado pela Polícia Civil de Diadema, no pedágio do km 121 da rodovia Castello Branco (SP-280). A maior parte do entorpecente, 900 quilos, estava dentro de um caminhão-baú. O restante foi achado em um sítio na região de Cotia (Grande São Paulo). A quadrilha apontada como responsável pela droga estava sendo investigada há cerca de dois meses. Cinco pessoas da região foram presas.

A polícia estima que o valor da carga chegue a R$ 1 milhão.

A droga era comprada em esquema de atacado no Estado do Mato Grosso e vinha para Cotia pela Castello Branco. Lá, supostos traficantes do Grande ABC faziam a separação dos entorpecentes e distribuíam para todas as cidades da região. Segundo o delegado seccional de Diadema,
Sérgio Abdala, o grupo acusado faria circular duas toneladas de maconha a cada 45 dias nesse esquema.

A primeira pista para a descoberta do grupo veio em julho, quando os policiais de Diadema prenderam um homem com meio quilo de cocaína na capital. A Polícia Civil conseguiu então levantar nomes e rotas usados por todo o grupo. Sábado pela manhã, a operação para acabar com o esquema teve início. “Queríamos pegar o caminhão na estrada, antes que ele chegasse ao sítio e a separação começasse”, disse um dos investigadores. O caminhão foi parado no pedágio e o motorista, Inácio Alves dos Santos, 53 anos, preso. Um Gol que fazia escolta para o caminhão também foi detido. Nele, estavam Cléber Roberto da Silva, 27, e Ronaldo Santos da Silva, 22. O motorista e os ocupantes do carro estavam desarmados e não ofereceram resistência. O terceiro ocupante do carro, Adílson Marinho, 34, seria o chefe do esquema. O
baú do caminhão estava com as drogas espalhadas, sem nenhum tipo de disfarce.
Com a droga nas mãos, os policiais seguiram para o sítio suspeito de ser o local de encontro dos traficantes e lá encontraram o restante dos entorpecentes. O caseiro Manoel Ribeiro Corsino, 55 anos, supostamente responsável por guardar as drogas, também foi preso.
O delegado Abdala afirmou que o tráfico na cidade ficou debilitado após essa operação. “O Morro do Samba tinha ficado muito pressionado pela PM (referindo-se à Operação Saturação, da Tropa de Choque, que ocupou aquela área por 52 dias e terminou na semana passada). Por isso, os traficantes estão tentando voltar com tudo. Com essa operação, conseguimos desetruturá-los por algum tempo”, comemorou.

Menta – Um detalhe que chamou a atenção dos policiais que tiveram acesso à maconha foi um cheiro mentolado que vinha dos tijolos com a erva. O delegado Abdala afirmou que a adição de sabor mentol é uma estratégia dos traficantes para atrair a clientela. “O mentolado deve deixar o cigarro mais saboroso”, acredita o seccional de Diadema. Essa é a primeira apreensão de tijolos fechados desse tipo de maconha na cidade.