A Secretaria de Obras de Içara entrega até quinta-feira na Secretaria Regional de Criciúma um mapa sugerindo alterações no traçado do anel viário. O pedido tenta evitar que no futuro, com o trajeto concluído, veículos pesados deixem de seguir até a BR-101 pela rodovia Luiz Rosso e optem por trafegar por dentro de Içara, pela rodovia ICR-252.

Pela proposta de Içara, ao chegar no trevo de acesso ao bairro Primeira Linha/São João, a alternativa mais viável seria recuar 180 metros em direção ao centro de Içara e abrir um traçado de cerca de 6,5 quilômetros de extensão pelos bairros Primeira Linha, Segunda Linha e Terceira Linha, até chegar ao viaduto do Poço Oito, na BR-101. A estrada evitaria que Içara sofresse com o aumento de tráfego pesado na área central e faci- litaria o acesso dos veranistas ao Balneário Rincão, na temporada.

Motoristas vão optar por caminho mais curto

O secretário de Obras de Içara, Arnaldo Lodetti Júnior, diz que o município não quer impedir a obra, mas não pode fechar os olhos para os problemas que a cidade vai enfrentar se o traçado atual for mantido. “Além de ser o caminho mais curto para se chegar à BR-101, o desvio pelo centro de Içara é menos acidentado que o do Morro Estevão”, diz. Segundo ele, os motoristas que conhecem o trajeto sabem que terão dificuldades de trafegar pela Luiz Rosso. Como a rodovia é bastante acidentada, os caminhões pesados terão de subir em marcha lenta e ainda correm o risco de terem prejuízos com o desgaste de freios e com a quebra dos caminhões. “Já por Içara, o caminho é mais curto e menos acidentado. Não acredito que qualquer motorista que saia em direção ao norte do Estado dê a volta pelo Morro Estevão, suba pelo Morro da Bananeira só para não desviar do anel viário. Içara não pode sair prejudicada para beneficiar outra cidade”, afirma.

O traçado previsto por dentro do território içarense também é defendido pela Prefeitura de Içara como uma alternativa mais rápida para os motoristas chegarem à BR-101, enquanto o projeto da Via Rápida não é executado.

Trevo alongado para minimizar impacto

O engenheiro de infra-estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Criciúma, Dalton Damiani, diz que a idéia apresentada por Içara poderia ter sido aproveitada se tivesse sido apresentada há dois anos. Como as obras do trecho entre o trevo do bairro Demboski, em Morro da Fumaça, e a Primeira Linha, em Criciúma, estão avançadas, e parte das indenizações já foi acertada, é praticamente impossível mudar o traçado da rodovia. A solução paliativa seria a construção de um trevo alongado.

A construção da rotatória já foi aprovada e começa a ser executada em duas semanas. No caso de haver a necessidade de fazer novas indenizações de áreas para a implantação do trevo, a Prefeitura de Içara vai arcar com o custo das desapropriações. Conforme o projeto apresentado por engenheiros de Içara, se fosse implantada mudanças na rodovia, o anel viário perderia a sua característica.