Em greve desde sexta-feira, categoria pressiona governo a manter exigência do nível superior nos concursos

Continua por tempo indeterminado a greve da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia, deflagrada à 0h da última sexta-feira. Hoje, 20 chefes de delegacia e policiamento entregam os cargos aos superintendentes, em repúdio à Medida Provisória 431/2008, que anuncia três mil vagas para os próximos três anos e não faz qualquer exigência do terceiro grau como pré-requisito para os candidatos. Essa será a primeira de muitas ações ao longo da semana. Uma reunião está agendada para quinta-feira na Casa Civil, em Brasília, para resolver o impasse.

O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais, Gerson Rubro Negro, explica que houve uma melhora significativa na qualidade da prestação de serviços por parte da PRF, quando foi decretada a exigência do nível superior. “O decreto fez com que a instituição desse uma guinada, o que pode ser constatado nas operações realizadas. Negociamos a permanência do decreto durante um ano e meio e o governo não acatou a solicitação”, lamentou.

Quanto ao salário, Rubro Negro informou que a questão está em segundo plano. “Nosso reajuste seria agora em julho, mas negociamos e foi adiado para novembro”, diz o sindicalista, sem querer precisar o índice de reajuste por considerar o assunto menos relevante no momento.

Na Bahia, existem 28 postos e aproximadamente 600 policiais rodoviários federais. Com a greve, apenas 30% do setor administrativo funciona. Já os postos nas estradas atendem apenas aos chamados relevantes, a exemplo de acidentes com morte e assaltos. As viaturas permanecem nos pátios em protesto à não inclusão da exigência do terceiro grau na medida provisória.

Atividades suspensas – Enquanto durar a paralisação, estarão suspensas as chamadas de pequenas batidas e as fiscalizações do uso do cinto de segurança, documentação do veículo, excesso de velocidade e ingestão de bebidas alcoólicas por motoristas. “Os policias estão indo normalmente para os postos de serviço, mas eles só deslocam as viaturas em casos de emergência”, anunciou.

O balanço dos acidentes nas rodovias federais durante o final de semana também não foi divulgado, o que faz parte da estratégia da greve da corporação. Algumas ocorrências são registradas, mas a informação não é passada para o plantão que as envia para Brasília. “Não estamos fornecendo documento ao público e os boletins, quando feitos, não são encerrados. Estamos evitando divulgar os acidentes como estratégia para o estado não ter a dimensão da situação”, acrescentou Rubro Negro.