Mulher ao volante torna o trânsito mais seguro

Rodolfo Rizzotto – Coordenador do SOS Estradas

O crescimento do número de mulheres motoristas é uma tendência. Elas estão aprendendo a dirigir para trabalhar, atender a família e até para dirigir profissionalmente. Por isso, é cada vez mais comum encontramos mulheres dirigindo táxi, ônibus e até caminhão.

Ao contrário do que muitos imaginam, mulheres são multadas proporcionalmente menos que os homens. No Distrito Federal, por exemplo, em 2012, apesar de representarem 37% dos motoristas, apenas 6,5% de mulheres motoristas estiveram envolvidas em acidentes fatais.

No Rio Grande do Sul elas são 31% dos motoristas mas responsáveis por apenas 22% das multas, já os homens ficam com 78%.  No Paraná o número de mulheres na direção aumentou 7,2% em 2012 e já representam mais de 32% dos condutores paranaenses.

Mesmo no Nordeste onde o número de mulheres ao volante era muito baixo no passado, a presença feminina no trânsito vem crescendo. Atualmente, em Pernambuco, elas já representam 26% dos condutores mas surpreendentemente já representam 23% das infrações flagradas. O que é indício de que o abuso também começa a ser mais frequente nas motoristas mulheres, ao menos no Nordeste.

Entretanto, quando olhamos a gravidade das multas fica evidente que os homens são campeões, tanto que em Pernambuco foram suspensas a habilitação de 3.115 condutores e  destes apenas 8% eram mulheres.

Mas nem tudo são flores no universo feminino do trânsito. Preocupa o aumento de mulheres motociclistas, pela gravidade dos acidentes com estes veículos. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o número de mulheres motociclistas aumentou 109% entre 2008 e 2012.

As consequências aparecem nos dados do Seguro DPVAT. Em 2012 das indenizações pagas para mulheres, por invalidez permanente,  os acidentes com motocicletas com vítimas mulheres foram responsáveis por 66% das indenizações.

Por outro lado, os dados também confirmam a maior gravidade dos acidentes com homens. Apesar de nacionalmente as mulheres já representarem algo em torno dos 30% dos condutores, do total das indenizações pagas pelo DPVAT em 2012,  cerca de 23% foram para mulheres e 77% para homens.  No caso de indenização por morte, a diferença é ainda maior, com 82% de vítimas do sexo masculino. E não podemos esquecer que muitas das indenizações pagas às mulheres foram em decorrência dos acidentes provocados por homens.

As mulheres costumam ser mais cuidadosas no trânsito, raramente são flagradas dirigindo embriagadas. Não costumam dirigir em excesso de velocidade, fazendo manobras arriscadas ou pilotar moto sem capacete. As infrações mais frequentes do público feminino são dirigir falando ao celular e estacionar em local proibido.

Infelizmente, existe uma tendência de crescimento de infrações graves cometidas por mulheres ao volante, mas apesar disso, a simples presença feminina no trânsito pode estimular os homens a dirigirem de forma mais prudente e gentil. Afinal, as mulheres tornam o trânsito mais seguro e mais bonito.