Conforme a versão policial, motociclista teria tentado uma ultrapassagem entre o guard-rail e um caminhão

O corpo de Ricardo Rodrigues Pereira, 37 anos, foi sepultado no final da tarde de ontem no Cemitério Municipal São João Batista, em Rio Claro. Ele foi mais uma vítima dos acidentes registrados na rodovia Washington Luís.
Conforme a versão policial, apresentada na delegacia, por volta das 03h30 de ontem, Ricardo Pereira trafegava com uma moto Yamaha pela rodovia, quando próximo ao quilômetro 176 mais 300 metros teria tentado realizar uma ultrapassagem. De acordo com as mesmas informações, o motociclista teria tentado a ultrapassagem entre o guard-rail e um caminhão, quando por motivos ainda desconhecidos perdeu o controle e caiu embaixo do veículo. Ele morreu na hora e, devido ao estado do corpo, o caixão teve que ser lacrado. O motorista da carreta parou para prestar atendimento à vítima. Ricardo era casado e deixou um filho de 13 anos.

A frota de motocicletas cresceu e com isso também aumentou o número de acidentes deste tipo. Análise do Ministério da Saúde revela que os acidentes com motos cresceram vertiginosamente no Brasil de 1990 a 2006. Se em 1990 foram registradas 299 mortes com acidentes envolvendo motocicletas, em 2006 esse número subiu para 6.734, representando um crescimento de 2.252%.

Joaquim Negreiros, técnico do Departamento Municipal de Trânsito, afirma que a imprudência continua sendo a principal causa de mortes. “Diariamente circulo pela cidade e posso dizer que o cenário é lamentável”, diz o técnico em trânsito.

Segundo ele, as infrações são as mais variadas e vão desde o avanço de sinal, conduzir moto sem capacete até dirigir na contramão. Apesar da punição prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), Negreiros reafirma que alguns motociclistas abusam e promovem um grande festival de imprudência e desrespeito às leis. Mas ele ressalta que uma parte dos motociclistas respeita a lei. Na sua opinião, é necessário um rigor maior na hora de fornecer a CNH para os futuros motociclistas. “Só através da educação poderemos reverter esse cenário”, acrescenta Joaquim Negreiros.

O técnico também conclui que os motociclistas não fazem provas nas ruas, o que na sua opinião seria um grave erro. “Depois de habilitado, esse motociclista tem que enfrentar as ruas e sua realidade, e nem sempre está devidamente preparado”, confirma. Na sua opinião, o rigor por parte das auto-escolas poderia contribuir para a redução negativa das estatísticas. “Se nada for feito, as mortes continuarão ocorrendo”, finaliza.