Acidente envolvendo o alternativo de placas MZG-2879 (Parnamirim/RN) vitimou duas passageiras e deixou várias pessoas feridas ontem, por volta das 12h10, em Parnamirim. O veículo fazia o intinerário da linha ‘‘B’’, no sentido Parnamirim-Natal. Ao se aproximar do viaduto, o motorista perdeu o controle por causa da pista molhada chegando a rodar na BR-101 e, logo em seguida, capotou por duas vezes indo parar no muro do hotel Parque do Sol.Nenhum outro veículo se envolveu no acidente. O trânsito ficou interditado por cerca de 1h30 e deixou o trânsito lento, pois os carros eram desviados por uma estrada que leva ao aeroporto, usada durante as obras no mesmo viaduto, muitos curiosos se amontoavam na pista para tirar fotos e observar o carro.
De acordo com o policial rodoviário federal, Alexandre Ramos, que foi o responsável pelo relatório sobre o acidente, o motorista da Van que se evadiu do local, identificado até o momento como Nilson, teria perdido o controle do veículo devido a pista molhada e os pneus estavam carecas. Ele disse que as causas ainda seriam apuradas, mas aquelas eram as impressões iniciais.
Cinco ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas para fazer o salvamento das vítimas e chegaram ao local em menos de 10 minutos. Os feridos foram levados aos hospitais às unidades de urgência de plantão, sendo seis para o Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, e cinco, que apresentavam um quadro mais grave, foram transportados para o Pronto Socorro Clóvis Sarinho, em Natal.
Apesar da rapidez do socorro, a senhora identificada como Maria Lúcia, 56 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada no hospital de Parnamirim, enquanto duas pessoas e uma criança foram liberadas e outros dois paciente ficaram em observação.
Um deles era o segurança Carlos Antônio de Souza, 28 anos, que detalhou como sofreu o corte profundo na cabeça e levou 11 pontos. Segundo ele, o alternativo estava em alta velocidade e por causa da pista molhada, o motorista perdeu o controle e saiu da pista. E quando o carro capotou pela segunda vez ele foi arremessado pela janela. ‘‘Para mim, foi imprudência do motorista. Todo mundo sabe que esses alternativos só trafegam em alta velocidade. Eles fazem isso para pegar mais passageiros. Por isso, correm de mais, pois competem entre eles mesmos. Não sei se andarei novamente de alternativo’’, reclamou o segurança.
Para a assistente social Érica Simone Medeiros, 27 anos, a outra pessoa que estava em observação por ter sofrido escoriações, o mais importante foi que a filha Emily Caroline não havia sofrido nenhum arranhão.
No Clovis Sarinho, Necy Bernarde de Andrade Pereira, 81, também não suportou a gravidade dos ferimentos e faleceu. Até o fim da tarde, Maria Aparecida Pereira, 56, filha de Necy, que tinha passado por uma cirurgia complexa ainda se encontrava em estado grave. Com menor intensidade, mas em estado de observação por ter sofrido um forte pancada na cabeça estava Amanda Cíntia Pereira, 25, filha de Maria Aparecida. Outros dois pacientes também estavam em estado de observação.
O Corpo de Bombeiros foi chamado para desvirar o veículo, trabalho que acabou sendo feito por pessoas que passavam pelo local e pelos próprios passageiros.
A ação foi criticada pela coordenadora do SAMU Metropolitano, Selma Santiago, que levantou a hipótese de agravamento das lesões das vítimas por causa do movimento feito na hora de desvirar o microônibus. Selma alertou a população para a importância de se preservar o cenário do acidente.
Personagem da Notícia
Apesar de não entender o que estava acontecendo, a pequena Emily Caroline, 2 anos, filha da assistente social Érica Simone Medeiros, que estava sentada no segundo banco do alternativo saiu ilesa do acidente e com um sorriso inocente relatou para a equipe do Diário de Natal como aconteceu o capotamento ao mesmo tempo que cobrava do pai, Sérgio Melo, a ida para a escola. ‘‘O ônibus fez um barulho e virou. A pessoas gritaram. mamãe saiu do ônibus e chegou a polícia. Agente ia para a escola. Vamos papai’’, disse a pequena Emily Caroline.
A mãe informou que pegou o alternativo com destino ao Campus Universitário, onde iria deixar a filha na escola NAC. Segundo ela, tudo foi muito rápido e não deu para vê o que realmente motivou o descontrole do veículo. Érica Simone informou ainda que havia escutado durante o salvamento algumas pessoas comentarem que o motorista tentou desviar de uma bicicleta, mas ela não confirmou a manobra. ‘‘Só sei que nunca mais irei pegar um alternativo. Este acidente foi traumatizante. Eu e minha filha nascemos nomamente’’, disse.