Moradores de Luiziana e Corumbataí do Sul bloquearam ontem por cerca de duas horas a rodovia BR-487. No local aconteceu um trágico acidente que vitimou cinco pessoas. As vítimas estavam em um carro que bateu em uma camioneta. Quatro pessoas morreram na hora. Uma no hospital na madrugada de ontem e a criança, Maria Heloise, de um ano e quatro meses, até a tarde de ontem, continuava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa em estado grave.

Os moradores pedem para que sejam instalados quebra-molas ou outro tipo de redutor de velocidade. O protesto foi realizado no trevo de acesso a Luiziana e Corumbataí do Sul. O trânsito nos dois lados da pista ficou parado e os veículos formaram uma fila de cerca de quatro quilômetros. Alguns motoristas se irritaram com o manifesto e tentaram furar o bloqueio. O caminhoneiro, Leandro de Souza, 32 anos, disse que entende o protesto, porém os veículos não precisavam ficar parados por tanto tempo. “Hoje é segunda-feira e inicio de mês. Todos que aqui estão tem que trabalhar”, desabafa.

Outro motorista, José Carlos de Oliveira, 46 anos, diz que o manifesto deveria ser realizado de outra forma e não parando o trânsito. “Não sei talvez com faixas na beira da rodovia. É interessante mostrar que a população está indignada, mas sem atrapalhar outras pessoas que precisam trabalhar. Eu mesmo tenho horário para cumprir”, comenta. Policiais militares e da Policia Rodoviária Estadual (PRE) acompanharam o protesto para evitar tumultos.

O comerciante Elizer Pedroso, 62 anos, tem uma mercearia no trevo há 24 anos. Um levantamento feito por ele revela que no local já aconteceram mais de 60 acidentes. “Fazendo uma média por ano cheguei neste resultado. Só pessoas que vi morrer foram 14”, salienta e ressalta que há três anos não acontecia um acidentes graves. “Ficou um bom período sem morrer gente aqui. Porém, nesse final de semana presenciamos essa tragédia”, pondera.

Ele lembra que outros protestos já foram realizados no local e nenhuma providência foi tomada. “Em outra oportunidade nos reunimos com o pessoal do Dnite (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) eles nos disseram que no local a quantidade de acidentes estava abaixo da média e que havia lugares mais perigosos”, assinala Pedroso e comenta que a rodovia tem grande movimento e merece uma atenção especial.

Os moradores cravaram várias cruzes no trevo que representaram os mortos. A auxiliar de enfermagem, Maria Donato, 46 anos, conta que já perdeu vários amigos em acidentes no local. “É necessário que se coloque um redutor de velocidade o mais rápido possível, ou então, pessoas continuaram morrendo”.

Prefeito – O prefeito de Luiziana, Cláudio Pol (PMDB) também participou do manifesto. Segundo ele durante a tarde de ontem os responsáveis pelo Dnit da região de Campo Mourão entraram em contado e asseguraram que amanhã estarão no município para uma reunião e definir o que será feito. “Se eles não vierem, na quinta-feira faremos um novo protesto e vamos por nossa conta mesmo construir os quebra-molas e colocar as sinalizações”, comenta. Além do prefeito o manifesto contou com a participação de vereadores de Luiziana e de Corumbataí do Sul.

Mortos eram todos da mesma família

As cinco pessoas que morreram no acidente eram da mesma família. Elas estavam em Luiziana e retornavam para Campo Mourão. A colisão aconteceu por volta das 16 horas de domingo. De acordo com a Polícia Militar, o Ford/Escort, onde estava a família, teria avançado a preferencial na rodovia BR-487 e foi atingido por uma caminhonete F-250 que seguia em direção a Iretama e era conduzido por Flávio Hornung Neto, que mora em Reserva. Ele não sofreu ferimentos.

O Escort era conduzido por Altair Nunes, 48 anos, que era motorista da Secretaria de Esportes da prefeitura de Campo Mourão e conhecido como ‘Baiano’. Além dele, morreram no local a sua esposa, Irani de Medeiros, 52 anos, e os filhos Fábio Rogério Nunes e Sandro Rogério Nunes, 17 anos. O aposentado Eudócio Manoel de Medeiros, de 79 anos, chegou a ser internado, mas morreu durante a madrugada.

De acordo com populares que residem próximo à rodovia e assistiram à colisão, o motorista da caminhonete transitava em alta velocidade quando se envolveu no acidente.