Enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo opera em novo nível recorde, operadores concentram atenções ao leilão de concessão de sete trechos de rodovias federais. A OHL surpreende pela agressividade – levou os quatro leilões já realizados e com deságio elevado, na média, de 54,5%. CCR, portanto, até agora não conseguiu nenhuma nova concessão – o deságio médio oferecido pela empresa está perto dos 20%.
O leilão foi paralisado por volta das 15h30, por conta de mandado da Constram, que alega ter apresentado todos os documentos de classificação, porém trocou os envelopes de envio de documentos, o que teria provocado sua desclassificação. O mandado visa apenas comprovar essa troca e permitir a participação da Constram na disputa, mas não suspende o evento.
Por volta das 16 horas, CCR ON caía 4,64%; OHL ON recua 2,58% e Copel PNB avança 4,10%. O Ibovespa tinha alta de 1,27%, aos 63.453 pontos, com R$ 4,75 bilhões negociados.
OHL
Até agora, a OHL venceu a concessão da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba, ao oferecer uma tarifa de pedágio para veículos de passeio de R$ 1,364, representando um deságio de 49,20%. Também arrematou a Fernão Dias (BR-381), que liga São Paulo a Belo Horizonte, com tarifa de R$ 0,997 e deságio de 65,44% em relação à tarifa-teto estipulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Também levou a concessão para a interligação Curitiba-Florianópolis, que compreende trechos das BRs 116, 376 e 101. O pedágio oferecido foi de R$ 1,028 por praça, o que significa um deságio 62,67%. No quarto lote, a OHL ficou com a Rodovia BR 101 no trecho entre a divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro e a Ponte Rio-Niterói. A tarifa oferecida foi de R$ 2,258 por praça, com deságio de 40,95%.
BR Vias
Até o momento, apenas a BR Vias tem chegado perto das propostas da OHL, com deságios oferecidos de 42,27% para o primeiro lote; 60,12% para o segundo; 47,35% para o terceiro – a empresa não participou da quarta etapa.
CCR
Já a CCR tem mostrado pouco fôlego, também surpreendendo os investidores, uma vez que há anos a empresa diz se preparar para este leilão. Por outro lado, a agressividade da OHL também deverá levar investidores a fazer contas para avaliar se a empresa conseguirá fazer os investimentos necessários com o deságio oferecido.
Copel
Já as ações da Copel engataram alta. Em 14 de setembro, a empresa informou o desejo de participar do leilão, o que foi considerado por analistas como negativo para a empresa, uma vez que a exploração de rodovias não é o negócio principal da empresa e não apresentava qualquer tipo de sinergia com a operação atual. Os papéis hoje retomaram a casa dos R$ 30,00, que haviam perdido em 17 de setembro.