Está previsto para ser inaugurada já no próximo mês de agosto a conclusão da pavimentação de uma rodovia estadual iniciada há mais de 20 anos e que integra cidades da região Sul-Fronteira com os grandes centros do Estado. A MS-156, entre Amambai e Caarapó, encurta em cerca de 60 quilômetros a distância a Dourados e Campo Grande e cria uma nova rota de destino ao Paraná para quem vive naquelas cidades.

Também está próximo de ser concluído o asfalto de uma parte da MS-384, que liga Antônio João a Bela Vista, outra obra emblemática pela importância integracionista e que foi completamente executada na gestão Zeca do PT. A MS-384 se estende de Antônio João, passa por Bela Vista e Caracol, até ligar com a BR-267, próximo a Porto Murtinho. De Bela Vista até o entroncamento com a BR-267 já está pronto o asfalto.

As duas rodovias estão em fase final de conclusão e além de encurtar distâncias levarão aos municípios novas possibilidades de desenvolvimento, como o aporte de indústrias e melhor escoamento da produção local. Em conjunto, as estradas se interligarão futuramente com a Transfronteira (Sete Quedas-Paranhos-Coronel Sapucaia-Aral Moreira-Ponta Porã), cujo contrato de US$ 28 milhões para pavimentação dos seus 227 quilômetros foi assinado ontem pelo governador Zeca do PT e diretores do Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata).

O projeto das rodovias prevê que todos os municípios da região, desde Porto Murtinho até Sete Quedas (na Região Sul do Estado), estejam interligados até o final das obras. Ao todo serão mais de 450 quilômetros de rodovias asfaltadas ao longo da Fronteira com o Paraguai. Para o secretário de Infra-Estrutura e Habitação, Carlos Longo, a interligação entre as rodovias será o grande indutor do desenvolvimento em todos as cidades cortadas pelas novas estradas.

Três quilômetros – A MS-156, que liga Amambai a Caarapó, tem extensão de 78 quilômetros, dos quais apenas três quilômetros ainda não receberam a manta asfáltica. Foram investidos R$ 45,6 milhões na obra e de acordo com a Secretaria de Infra-Estrutura e Habitação, além do trecho sem pavimentar, faltam apenas dois processos operacionais para a conclusão: a implantação de meio fio e o plantio de grama nas encostas.

O prefeito de Amambai, Sérgio Barbosa (PDT), mora na região há 19 anos e comunga com o sonho da população de ver a rodovia asfaltada. “Essa obra beneficia diretamente não só Amambai, mas também os moradores de Paranhos, Coronel Sapucaia e Aral Moreira. Encurta em quase 60 quilômetros a distância com Dourados e Campo Grande.”

Mesmo antes de concluir a pavimentação, ninguém mais faz a rota antiga para chegar a Dourados. Antes, quem morava em Amambai precisava ir a Sanga Puitã, distrito de Ponta Porã (80 quilômetros) para só então tomar a BR-463 e viajar mais 100 quilômetros para Dourados. “Todo mundo já vai por Caarapó. Os acadêmicos que estudam em Dourados já passam pela nova rodovia todos os dias”, diz satisfeito o prefeito.

Outra liderança da região Sul do Estado que não esconde a animação com a iminência da inauguração da MS-156 é o deputado Onevan de Mattos (PDT). “Conversei na segunda-feira com o dono da empreiteira e ele me garantiu que até o dia 30 [de julho] a obra está pronta.” Onevan lembra que por três anos tem alocado recursos no Plano de Investimento do Fundersul para pavimentar a rodovia. Neste ano foram alocados R$ 10 milhões.

Na pavimentação do trecho de 67 quilômetros da MS-384, que liga Antonio João a Bela Vista, estão sendo investidos R$ 22,7 milhões. A obra, também em fase final de conclusão, integrará os 185 quilômetros da rodovia, que vai de Antônio João, passa por Bela Vista, Caracol até o entroncamento com a BR-267, margeando a fronteira. Nessa obra o governo do Estado investiu R$ 85 milhões, recursos financiados pelo Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Plata).

Para a prefeita de Caracol, Maria Odeth (PL), a rodovia abre as portas de toda a região para todos os mercados. “Com a rodovia abriremos as portas do mercado do Estado e até mesmo internacional para as potencialidades da região Sudoeste”, afirmou a prefeita.

Ligação asfáltica – Concluídas essas rodovias e implantada a pavimentação na Transfronteira, Mato Grosso do Sul terá, então, apenas quatro cidades sem ligação asfáltica. Quando Zeca do PT assumiu o governo, em 1999, a malha viária pavimentada não chegava a 14 cidades.

Paranhos é um dos municípios beneficiados pela Tranfronteira e, ao lado de Alcinópolis, Laguna Carapã, Rio Negro e Figueirão (emancipado há dois anos), ainda não têm ligação asfáltica. O acesso a Laguna Carapã foi iniciado e mais de metade já está pavimentado. Em situação semelhante estão as obras do acesso a Rio Negro.

Para o prefeito de Paranhos, Dirceu Bettoni (PSDB), é muito grande em sua cidade a expectativa com relação à pavimentação da Transfronteira. Bettoni explica que a ausência da malha viária pavimentada atravanca o desenvolvimento econômico da cidade, e citou como exemplo o setor agropecuário.

“Não temos como escoar a produção, seja para outras regiões do Estado, seja para outros Estados, como o Paraná. Com a conclusão da rodovia, nosso município entrará em um novo ciclo de desenvolvimento.”

Em Alcinópolis também já existe um projeto articulado entre o governo do Estado e a União para a pavimentação da rodovia BR-359, que atravessa o município.