Bandidos vinham agindo na BR-226, com apoio de índios Imperatriz – Dez homens presos, entre brancos e índios, incluindo dois adolescentes, foi o saldo de uma incursão, de uma força-tarefa composta pelas Polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, no início da tarde de ontem, na Reserva Indígena Cana Brava. Eles são acusados de pertencerem a uma quadrilha de assaltantes que vinha agindo na BR-226, entre os município de Grajaú e Barra do Corda, na região central do estado. Dentre os presos, sete eram índios guajajara, inclusive os dois menores.Inicialmente, os policiais prenderam Jean Lima da Silva, de 24 anos, apontado como chefe do bando.


Ele foi conduzido à delegacia regional de Barra do Corda, onde confessou os crimes, declinando os nomes de seus comparsas. Em seguida, os policiais prenderam Damasceno Carlos Casemiro, residente na aldeia Jureema; Altino Menezes Sabino Guajajara (18 anos); Aurino Silvino Guajajara (21 anos); José Filho Veloso Alves (branco, residente no povoado Copaíba); Alberto Braga Filho Guajajara, o Açúcar; Antônio Lima da Silva, 33 anos (branco), Márcia Miranda, 25 anos, e os dois adolescentes, que são índios.Jean Lima e seu bando costumavam aliciar os índios, fornecendo bebidas, dinheiro e presentes, para ficarem nas aldeias, sob proteção, além de incluírem alguns deles no grupo, fazendo com que eles ficassem visados.

No início dessa semana, quatro ônibus foram assaltados em menos de 24 horas na BR-226, no trecho entre Grajaú e Barra do Corda. Antes, o ônibus da Banda Cia. do Calypso já tinha sido atacado.Um caminhoneiro que havia deixado um carregamento de bois na Fazenda Mearim, localizada na região, foi assaltado e obrigado a tomar um litro de aguardente pelos assaltantes. Esse caminhão pode ter sido o mesmo usado para fechar a rodovia por ocasião do assalto aos quatro ônibus. No trecho onde vem ocorrendo os assaltos, existem várias aldeias, e as vítimas dos assaltos informaram que os crimes estariam sendo praticados por índios.

O coronel Emir Linhares, que está à frente do Comando de Polícia do Interior, disse que o principal objetivo da força-tarefa, criada na última terça-feira, é o de ir às aldeias, investigar se realmente há envolvimento de índios nos assaltos.Por essa razão é que a Polícia Federal foi convocada para participar da força-tarefa, por ser ela a única que pode entrar em reservas. A PRF e a PM ficam como apoio. A Justiça Federal e a Funai também vão ter um papel preponderante neste trabalho que está sendo feito na região.