Situação dos trechos críticos da rodovia se assemelha à dos anos 1970, quando as viagens de São Paulo para Rondônia e Acre demoravam até duas semanas.

Não é por falta de prestígio político que a única via de acesso entre as regiões Sudeste, Centro-Oeste e o Estado do Acre permanece calamitosa, numa situação repetida a cada período chuvoso. O Ministério dos Transportes vem recebendo pedidos de conservação e manutenção de trechos críticos da rodovia BR-364, mas ainda não atendeu aos reclamos do governo estadual e do empresariado.

Dois cavalos arrastam o veículo do atoleiro em trecho acreano… A ladainha é a de sempre, todo ano: faltam recursos para o setor. Em recente reunião das bancadas federais rondoniense e acreana, para debater a construção da ponte sobre o rio Madeira, na região de Abunã, a Agência Amazônia percebeu algum desinteresse do ministro Alfredo Nascimento, que é amazonense e já ganhou alguns elogios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rumo a Cruzeiro do Sul

Este ano marca o início das obras do último trecho dessa rodovia aberta nos anos 1960 com o nome de BR-29, pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Foi projetada para ligar Brasília ao Acre e assim se tornou conhecida: rodovia Brasília-Acre. Ela será pavimentada até o município de Cruzeiro do Sul, na região do Vale do Juruá.

Durante o período de colonização de Rondônia, os governos mato-grossense e daquele extinto Território Federal passaram a denominá-la rodovia Cuiabá-Porto Velho. Jornalistas acrescentavam: Cuiabá-Porto Velho-Rio Branco, em vão. Continuaram chamando-a de Cuiabá-Porto Velho.

…que lembra a situação dos anos 1970 em Rondônia / CÍCERO ROCHA e KIM-IR-SEN R$ 550 milhões

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), o total de investimentos previstos para o asfaltamento do trecho entre Rio Branco e o Juruá é de R$ 550 milhões. No entanto, o sacrifício dos usuários deve se prolongar até 2010, prazo de conclusão das obras.

O blog Ambiente Acreano protesta, com a frase do leitor Cícero Francalino da Rocha: “A falta de manutenção e o descaso também trafegam na rodovia BR-364, principalmente no trecho que corta o Estado do Acre. A estrada que já elegeu vários governadores segue como sinônimo de sofrimento e desperdício de dinheiro público”.

Metade da obra da BR 364 já está concluída. Ainda conforme o Deracre, o asfaltamento do trecho entre os municípios de Feijó e Sena Madureira desafia a engenharia rodoviária. É considerado o mais difícil de toda a extensão da estrada, em conseqüência do tipo de solo da região.

Boa na cidade

No final de novembro o governador do Acre, Arnóbio Marques (PT), entregou seis quilômetros do trecho da BR-364 entre o Novo Parque Industrial e a vila Santa Cecília. O trecho atende à necessidade de diversas famílias moradoras às margens da rodovia e no seu entorno.

Agora, a rodovia possui faixas de rolamento com quatro pistas de 3,25 metros, ciclofaixas de ambos os lados, rotatória e paradas de ônibus. As obras foram concluídas em um prazo de sete meses e contaram com recursos de aproximadamente R$ 8 milhões, oriundos de uma parceria do governo estadual com o governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes.