A retirada de máquinas do trecho em obras do anel viário entre os bairros Primeira Linha/Pontilhão, em Criciúma, no final de semana, e as péssimas condições de trânsito causadas pela chuva deixaram a comunidade revoltada. Os moradores estão preocupados com a lentidão com que o projeto está sendo executado e, principalmente, com a falta de acesso. Em algumas propriedades os moradores não têm como sair de casa por causa da lama. A cada chuva é grande o número de veículos que ficam atolados.

A previsão de entrega do trecho de sete quilômetros – que foram divididos em duas partes – para o final de abril deste ano não deve ser confirmada. Ainda há muito que fazer.

O encarregado das obras da Construtora A. Mendes, Ataliba de Camargo, diz que a demora em concluir o serviço de terraplanagem deve-se ao fato de a prefeitura ainda não ter acertado com um morador a desapropriação da área. Sem a saída do proprietário, a construtora não tem como concluir o aterro para a colocação de base.

Mais 40 dias para concluir aterro

Outra justificativa para a lentidão é atribuída à chuva. Segundo Camargo, como o terreno onde passa a rodovia fica em uma área baixa, os operários estão tendo dificuldades para fazer o trabalho de drenagem. “Pelo cálculo, assim que a família deixar o local, levaremos uns 40 dias para concluir a terraplanagem e mais dois meses para entregar a capa asfáltica”, diz. Ele reconhece que dificilmente a obra será entregue dentro do prazo.

Equipamentos foram para Jacinto

As máquinas foram levadas temporariamente para uma obra em execução em Jacinto Machado já que no momento não estavam sendo utilizadas nas obras do anel viário.

Mirlei Torres, chefe de Patrimônio de Criciúma, diz que o pagamento da indenização da propriedade no trecho Primeira Linha/Pontilhão depende de uma avaliação do terreno. O trabalho de vistoria no local ainda não tem data para ser realizada. A dona-de-casa Zulma Manganelli Silva, de 56 anos, afirma que só sai da casa quando for ressarcida. A casa dela está praticamente isolada pelo monte de aterro colocado na estrada.

No outro trecho em execução, entre o Pontilhão e o bairro Universitário, a prefeitura já acertou com os proprietários o pagamento das indenizações. O total das desapropriações ultrapassa R$ 700 mil.

O secretário de Obras de Criciúma, Mauro Sonego, diz que neste momento a maior preocupação é com a falta de acesso para os moradores que residem naquela região. Quanto ao possível atraso na entrega das obras, Sonego acredita que ainda há tempo hábil para a construtora respeitar o cronograma. “Ainda falta muito tempo para o prazo expirar. A empresa pode adotar horário extra e trabalhar aos finais de semana se quiser cumprir com o contrato”, diz.