O aumento da frota de veículos do país tem sido um dos maiores desafios do governo federal para “buscar o tempo perdido”. A constatação do diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, com base em levantamentos periódicos elaborados pelo departamento, dá uma dimensão do tamanho do desafio que o país precisa enfrentar para contornar o “buraco negro” e o “apagão da logística”.

De acordo com o diretor do Dnit, a dificuldade do governo federal é fazer com que recuperação e construção de estradas acompanhem o ritmo de crescimento da frota de veículos do país. Segundo ele, o Brasil tem o dobro da frota de veículos do que tinha no inídio da década passando pelas mesmas estradas.

“Em 2002, eram produzidos 68 mil unidades/ano. Em 2009, passou para 123 mil. Em 2002 produziam-se 22 mil ônibus. Em 2009, passou de 34 mil/ano. A produção de carros de passeio foi de 1,5 milhão em 2002 e de 2,5 milhões em 2009. Portanto, o crescimento da frota de veículos é um dos maiores desafios para alcançarmos”, destaca.

A situação poderia ser pior se a renovação da frota de caminhões, por exemplo, fosse maia assídua. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), circulam hoje no Brasil cerca de 1,4 milhão de caminhões, sendo que aproximadamente 270 mil possuem têm de 30 anos. No Brasil, a idade média dos caminhões que rodam nas estradas é de 19 anos, quando o ideal é de seis anos no máximo.

Ainda segundo Pagot, estes termos, o ‘buraco negro’ e o ‘ apagão da logística’ foram cunhados pelas entidades que representam o setor, como a Confederação Nacional do Transporte, no período em que investimento público em infra-estrutura era baixíssimo, entre 1988 a 2001.

“Este quadro começou a mudar a partir de 2004, quando a malha rodoviária nacional começou a ser restaurada. Estamos superando o tal ‘buraco negro’ O presidente Lula, a partir de 2005, após a regulação da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), e dos outras ações mais efetivas, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), deu início a esta recuperação”, pondera Pagot.