Só neste ano, a colisão frontal foi responsável por 23% das mortes nas estradas. Grande parte das vezes, acidente é resultado de uma ultrapassagem mal feita.

Quase três mil pessoas já morreram nas estradas federais brasileiras nos cinco primeiros meses do ano. Um olhar mais atento sobre a estatística mostra que o número assustador de vítimas é produzido, na maior parte das vezes, pelas batidas de frente e pela imprudência dos motoristas.

O vendedor Wágner dos Santos ainda sofre com as seqüelas de um acidente sofrido em abril: cirurgia no ombro, fratura nas costelas, traumatismo no braço. “Graças a Deus que, no meu acidente, eu estou vivo, mas há muitos que perdem a vida”, alertou Vagner.

De janeiro a maio, foram mais de 53 mil acidentes nas estradas federais. Bem mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 50.536 acidentes. Apenas 3% das ocorrências foram de colisão frontal.

Mas este é o tipo de acidente que mais mata no Brasil. Só neste ano, a colisão frontal foi responsável por 23% das mortes nas estradas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, na grande maioria das vezes, a batida de frente é resultado de uma ultrapassagem mal feita.

A combinação de velocidade e desobediência à lei faz com que motoristas ultrapassem em local proibido e façam manobras arriscadas. “O impacto é muito forte, nós consideramos o encontro fatal, ou seja, dois veículos batendo de frente, nenhum passageiro vai conseguir escapar ileso ao acidente”, explicou o inspetor Aristides Júnior, da Polícia Rodoviária Federal.

O especialista em trânsito Jander Oliveira alerta para cuidados essenciais: respeito à faixa contínua. Ultrapassar só se for absolutamente necessário e seguro. “A maior bobagem que o motorista faz é realizar a manobra sem a devida necessidade”, adverte.

Antes de pegar a pista contrária, o motorista deve conferir todos os retrovisores e, só então, dar a seta. Um outro conselho importante: “Se você ainda não tem habilidade suficiente para pegar a estrada, não pegue. Peça a um amigo que saiba dirigir, que tenha experiência com rodovias. A rodovia não aceita erro: errou, dançou”, complementa o especialista.