Audiência pública confirmou obra na concessão da Raposo Tavares; Estado asfaltará acesso da avenida Vicente Aielo até a rodovia

Em audiência realizada ontem, no Instituto de Engenharia em São Paulo, o governo estadual definiu a duplicação da rodovia SP 225 (Bauru-Ipaussu) como uma das principais obras exigidas para a concessão da rodovia Raposo Tavares (SP 270) à iniciativa privada. A duplicação atingirá o trecho entre Bauru e o cruzamento com a rodovia Castelo Branco, na altura da saída para Águas de Santa Bárbara. Além disso, o secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, disse na reunião que o Estado ficará encarregado de fazer o asfaltamento da avenida José Vicente Aielo até a Bauru-Ipaussu, trecho de aproximadamente 3,5 quilômetros.

O vereador Marcelo Borges informa que as obras deverão começar em 2009, conforme afirmação do próprio secretário Mauro Arce.

Esses e outros pedidos foram solicitados por uma comitiva bauruense, que ontem retornou à Capital paulista para reivindicar a inclusão de obras no programa de concessão de rodovias do Estado. Estiveram na reunião o deputado estadual Pedro Tobias (PSDB), os vereadores Marcelo Borges, Benedito da Silva (ambos do PSDB) e Arildo Lima Júnior (PP), os secretários da prefeitura de Bauru Walace Sampaio (Desenvolvimento Econômico) e Leandro Joaquim (Planejamento) e o candidato a prefeito Caio Coube (PSDB).

Em entrevista ao JC, Arce falou da duplicação da Bauru-Ipaussu. “Está certa a duplicação da SP 225, que sai de Bauru, passa por Santa Cruz do Rio Pardo e chega a Ourinhos, onde encontra a Raposo Tavares”, afirmou. “A partir do primeiro instante em que a concessionária começar a operar, o padrão da estrada, mesmo que em pista simples, será alterado”.

Quanto ao pedágio na SP 225, o secretário citou que será cobrado, no início, como em pista simples até que seja completada a duplicação e só a partir daí a concessionária estará autorizada a cobrar tarifa de pista dupla.

O chamado “Corredor Raposo Tavares” tem uma malha de 457 quilômetros. O lote é composto pela SP 270 (de Ourinhos a Presidente Epitácio), SP 225 (de Bauru à Castelo Branco) e SP 327 (de Santa Cruz do Rio Pardo a Ourinhos), a chamada rodovia Orlando Quagliato.

Sobre a José Vicente Aielo, cuja ligação com a Bauru-Ipaussu é considerada uma vicinal, o secretário explicou na audiência que o Estado ficará encarregado de realizar essa obra. De acordo com ele, não é possível que a concessionária faça o serviço porque o programa do governo estabelece somente a manutenção de vicinais e não o asfaltamento. Pedro Tobias reforçou que há tempos vem pedindo essa obra e agora o Estado prometeu realizá-la.

Outras demandas

Tanto os vereadores bauruenses quanto representantes da Prefeitura de Bauru solicitaram na audiência e nos corredores do Instituto de Engenharia a implantação de dois viadutos (um na rua Afonso José Aielo e outro nas proximidades do Lago Sul) e a construção de marginais no trecho urbano da Bauru-Ipaussu.

No que diz respeito ao primeiro pleito, Arce disse que a necessidade deve ser analisada. Quanto às marginais, de acordo com Leandro Joaquim, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) já apontou para a necessidade de construção de 5 quilômetros de via paralela em cada lado da rodovia.

O secretário dos Transportes informou que, embora as marginais constem no programa de concessão, é preciso analisar o caso. “É possível (realizar a obra). Toda a concessão tem um estoque de marginais ao longo do período de concessão. Depende muito das condições da cidade, avaliando-se o adensamento populacional”, relatou ao JC.

O deputado Pedro Tobias acrescentou que também fez reivindicação para que sejam construídas marginais na Marechal Rondon no trecho urbano de Lençóis Paulista, que integrou o lote discutido em audiência pública na manhã de ontem.

Para ele, mesmo depois das audiências será possível incluir novas obras. Segundo o parlamentar, o trabalho junto ao governo do Estado teve início há um ano, com vários encontros realizados. “A audiência é realizada por formalidade legal. É possível colocar outros pedidos depois, dependendo da necessidade”, apontou.