A frota de motocicletas em Belo Horizonte vem crescendo consideravelmente a cada ano. Em 1999, 44.634 desses veículos circulavam pela capital e, no fim do ano passado, elas já totalizavam 82.799, o que representa um aumento de 85%. Para este ano, a previsão era que as motocicletas chegassem a 93.017, mas, conforme a BHTrans, a capital já conta com 96 mil motos. Diante desse aumento expressivo, estima-se que no próximo ano o município tenha 103.249 motos e, em 2008, esse número deve subir para 114.607. Uma pesquisa realizada pela BHTrans em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde constatou também um grande aumento no número de vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas em Belo Horizonte.

Segundo o gerente de Educação para o Trânsito da BHTrans, Eduardo Lucas de Rezende, são identificados três grupos de motociclistas: 6% utilizam o veículo para o lazer, 26% para o transporte e 68% para o trabalho. “Os que trabalham com a moto são os que mais se envolvem em acidentes. Segundo o Ministério Público do Trabalho, há cerca de 30 mil motociclistas profissionais em BH”.

Outro levantamento feito pela BHTrans em conjunto com a Fatec (Faculdade de Tecnologia do Comércio), em agosto deste ano, com 101 motociclistas de Belo Horizonte que sofreram acidentes e foram encaminhado para atendimento na rede pública de saúde revela que, no dia-a-dia, 36% dos motoqueiros sempre costuram entre veículos, 46% mudam de faixa ou fazem conversão sem sinalizar e 27% transitam em velocidade acima do permitido pela via.

Os dados mostram ainda que 34% dos motociclistas acham que seus colegas são imprudentes. Apesar dessas constatações, 65% deles acham que os motoristas de outros veículos são os culpados pelos acidentes envolvendo motos. Entre os acidentados, 81% têm entre 18 e 35 anos e 33,7% têm até dois anos de habilitação. Conforme o gerente de Educação para o trânsito, o aumento de acidentes com motociclistas se deu devido a vários fatores: surgimento dos serviços de motofrete (modalidade de transporte de pequenas cargas e serviços), desemprego e modelos de terceirização, facilidade de aquisição de motos e grande número de jovens tornando-se motociclistas.