Malha rodoviária nacional é dez vezes menor que a americana e três vezes inferior à russa. Além disso, índice de pavimentação das estradas é muito baixo (12%).
Os longos anos de descaso do poder público deram ao Brasil o título de pior infra-estrutura de transporte entre as 20 maiores economias do mundo. Isso porque a oferta de rodovias, ferrovias e hidrovias não acompanhou a evolução da atividade econômica, o aumento da população e, muito menos, a expansão da frota de veículos automotores.
Estudo elaborado pela Associação Nacional de Transporte de Carga e Logística (NTC), com os 20 maiores Produtos Internos Brutos (PIBs) do mundo, mostra que o país fica em 20º e último lugar quando ponderados o tamanho da malha de transporte com o território nacional e a população.
Comparação
De acordo com a comparação dessas variáveis, a malha nacional é, proporcionalmente e relativamente, dez vezes menor que a dos Estados Unidos; três vezes menor que a da Rússia; e a metade da chinesa.
Um dos principais itens que jogam o Brasil para a base do ranking é o baixo índice de pavimentação das estradas. Apesar de ter a quarta maior extensão (1,6 milhão de quilômetros) entre o conjunto de economias estudadas, o país só detém 196 mil km asfaltados (12,2% da malha rodoviária).
Rodoviarista
“O resultado vai na contramão da fama de país rodoviarista, que priorizou os investimentos em estradas e esqueceu outros modais. Os números mostram que o poder público esqueceu de tudo”, avalia o presidente da NTC, Geraldo Vianna. Na avaliação dele, sair dessa situação agora não é tarefa fácil. Para ganhar algumas colocações no ranking, o Brasil teria de duplicar a malha atual.
De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em 84 mil quilômetros de estradas no território nacional, apenas 25% podem ser consideradas boas ou ótimas. Vianna acrescenta que o restante de toda malha rodoviária no máximo conseguiria uma nota de conservação regular, já que a maioria não é pavimentada. “Assim, podemos concluir que apenas 1,4% do total das rodovias existentes no país estão em bom e ótimo estado.”