A concessionária portuguesa, que tem 18% da CCR, identificou dez oportunidades para crescer no Brasil.

Brasília – A Brisa está seguindo com atenção a evolução do mercado brasileiro de concessões rodoviárias e, segundo a última apresentação da companhia portuguesa a investidores, tem 10 oportunidades identificadas no Brasil, totalizando 7.200 quilômetros de rodovias que poderão vir a fazer parte dos planos de sua participada brasileira, a CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias, na qual a Brisa tem uma posição de 18%.

Além de 5.208 quilômetros de rodovias federais na terceira fase de concessões, a Brisa identificou quatro oportunidades concretas no Estado de São Paulo. São os casos da Ayrton Senna, com 128 quilômetros, da D. Pedro I, com 252 quilômetros, do Rodoanel Oeste, com 29 quilômetros, e de um conjunto de seis outras possíveis concessões com 1.600 quilômetros.

No último leilão de rodovias federais a CCR não ganhou nenhuma nova concessão, o que conduziu a uma desvalorização de suas ações, mas segundo a Brisa as principais casas de investimento mantiveram a confiança nos papéis da CCR. A Brisa fala agora de um “aumento nas expectativas sobre a participação da CCR nos próximos leilões em São Paulo”.

Por isso, a concessionária portuguesa considera que “ainda há oportunidades de crescimento para a CCR no curto e médio prazo”, nomeadamente as novas concessões no Estado de São Paulo, mercado secundário e outras possibilidades no negócio de infra-estruturas.

No terceiro trimestre deste ano a CCR registrou um crescimento de 6,9% no volume de tráfego em suas rodovias. Entre o terceiro trimestre de 2006 e o mesmo período este ano as receitas da CCR passaram do correspondente a 214,3 milhões de euros para 240,6 milhões de euros. Nos nove meses até setembro a receita da CCR somou R$ 1,7 bilhões, com R$ 448 milhões de lucro.

A CCR tem 1.452 quilômetros de rodovias concessionadas, mais do que o total que a própria Brisa tem em Portugal. A companhia brasileira é participada a 18% pela Brisa e outros três grupos têm também uma posição de 18% cada um (Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Serveng), estando ainda 28% dispersos em bolsa.

As concessões da CCR terminam entre 2015 e 2021. A Ponte (que liga Rio de Janeiro e Niterói) termina em maio de 2015, a ViaOeste e AutoBAn vão até abril de 2018, e a NovaDutra e a ViaLagos vão até fevereiro e novembro de 2021, respectivamente.

Na Europa a Brisa já identificou 20 oportunidades de negócio, correspondentes a 2.700 quilômetros de rodovias e 11,6 bilhões de euros. Outro mercado que interessou ao grupo português é a América do Norte, onde a Brisa vê quatro oportunidades, para investir três bilhões de euros. A Ásia e a Austrália, com investimentos potenciais de 7,5 e 4,7 bilhões de euros, completam o mapa mundial de oportunidades de crescimento internacional da parceira portuguesa da CCR.