Movimento na cidade diminui com o desvio dos motoristas de municípios vizinhos por outras estradas da região

A mobilização dos moradores de Sinimbu na primeira metade da década de 90 tornou realidade um sonho de muitos anos, com a conclusão dos 21 quilômetros de asfalto da RSC-471 entre a cidade e Santa Cruz do Sul. Assim chegava ao fim o drama de longos anos, com a estrada esburacada, poeira e o isolamento nos períodos de chuva forte, quando as águas do Rio Pardinho invadiam a pista em diversos pontos. Mas o conforto de trafegar em uma rodovia pavimentada, com economia de tempo e dinheiro, não chegou sequer a idade de debutar. Os buracos e a falta de manutenção efetiva no trecho tiram a tranqüilidade dos motoristas e colocam em risco vidas a cada dia.

O recapeamento da estrada é a principal bandeira de luta que o próximo governante de Sinimbu deverá levantar, conforme o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sinimbu (Cacis), Laudério Staub. Afirma que a estrada está terminada, sem condições de trafegabilidade, e é necessário poder político junto ao governo do Estado para viabilizar as obras necessárias. Ressalta que as atuais condições da rodovia deixam Sinimbu fora da rota de qualquer possibilidade de desenvolvimento. “Uma boa estrada de acesso é o princípio básico”, observa.

O presidente da Cacis afirma que hoje o município possui disponibilidade de energia elétrica com a nova subestação e mão-de-obra para o trabalho. Mas o asfalto até a cidade emperra qualquer possibilidade de atrair empresas ou a expansão das locais. Explica que após a chuva da semana passada há no trecho pelo menos 300 buracos com mais de 15 centímetros de profundidade. “Empresa nenhuma vai se instalar aqui com uma estrada deste jeito”, afirma.

Até mesmo os moradores de Herveiras, Gramado Xavier e Boqueirão do Leão usam estradas alternativas no deslocamento para Santa Cruz do Sul a fim de evitar a RSC-471. Conforme Staub, sempre quando podem os motoristas de outros municípios descem por outra estrada e isso tira o fluxo de automóveis e caminhões da cidade de Sinimbu, com redução no movimento no comércio.

INTERIOR

O presidente da Cacis coloca como segundo grande desafio do futuro governante o atendimento da população do interior do município. Explica que os moradores da área rural nunca foram atendidos com a atenção que merecem e as estradas estão em precárias condições. “A situação é muito ruim e os produtores reclamam muito por maior assistência”, diz.

Staub explica que o maior problema está nas vias de acesso, entre as estradas principais e as propriedades. “Hoje, em 30% das propriedades não há como chegar de carro nos dias de chuva, muito menos de caminhão”, afirma. Ele reconhece que a malha viária do município é grande, com relevo muito acidentado. Mas observa que 90% do valor agregado é gerado pela agricultura. “Se o interior está fraco, todo o município está”, ressalta.

O dirigente da Cacis afirma que as melhorias demandarão um trabalho demorado, de pelo menos dois anos. Para isso, defende melhor aproveitamento das máquinas, com a reorganização da Secretaria de Obras. Sugere que as equipes permaneçam durante a semana na localidade onde atuam para evitar perda de tempo com os deslocamentos.

REALIDADE LOCAL

População: 10.669 (estimativa do IBGE/2008)
Total de eleitores: 7.959
Eleitores analfabetos: 493
Eleitores menores: 164
Orçamento da Prefeitura/2008: R$ 11.972.569,00
Média do valor da folha do funcionalismo sobre a receita mensal: 40%
Número de funcionários ativos: 264
Número de funcionários inativos: 5
Pensionistas: Nenhum
Dívida fundada: R$ 323.794,36 (agosto de 2008)
Valor dos precatórios por pagar para 2009: R$ 119.339,17 (estes estão previstos na LDO para 2009). Não há nenhum que esteja vencido e não tenha sido pago.
Extensão da malha viária: 520 quilômetros

Fontes: IBGE, TRE, Prefeitura