O início da comercialização da safra de tabaco traz dupla apreensão aos moradores e, principalmente, comerciantes de Sinimbu em relação às precárias condições da RSC–471, no trecho de 21 quilômetros entre a cidade e Santa Cruz do Sul. A primeira preocupação é com a segurança dos usuários da rodovia devido ao aumento no número de buracos, em tamanho cada vez maior, depois das chuvas da última semana. Ao mesmo tempo, os proprietários de estabelecimentos comerciais temem movimento menor com o deslocamento de produtores dos municípios do alto da serra em direção a Santa Cruz por outras estradas.
As crateras no asfalto em alguns trechos atingem em torno de 30 centímetros de profundidade. O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sinimbu (Cacis), Laudério Staub, alerta que se um veículo cair em algum dos 10 a 12 buracos maiores fatalmente haverá danos no aro. Os trajetos em piores condições se localizam nas proximidades da Escola Municipal Christiano Smidt e da Oficina Waechter, no distrito de Rio Pardinho, e do Salão Regert, já no município de Sinimbu.
O presidente da Acisa afirma que a última melhoria que o Daer fez no trecho ocorreu no início de junho, mas em apenas 300 metros nas proximidades da ponte sobre o Rio Pardinho. Ele lamenta que a cada chuva a situação fique mais precária e isso deve piorar a partir de agora com o aumento no movimento de veículos pesados para o escoamento da colheita de tabaco para as indústrias. A situação preocupa os comerciantes, explica Staub, pois os motoristas de caminhões da região de Boqueirão do Leão irão optar pela estrada que passa por Venâncio Aires ou São Martinho, enquanto os de Herveiras darão preferência ao trajeto por Vale do Sol.
Normalmente, cinco ou seis produtores acompanham cada carga de tabaco que é entregue nas indústrias. No retorno, muitos deles fazem compras no comércio de Sinimbu e isso não vai acontecer com o trânsito por outras estradas a fim de evitar problemas devido às más condições do asfalto da RSC-471. O dirigente da Acisa lamenta que os líderes do município não têm a quem recorrer em busca de apoio para interferir junto ao governo do Estado, pois a Assembleia Legislativa se encontra em recesso parlamentar. E no 3º Distrito Operacional do Daer, em Santa Cruz do Sul, a explicação é sempre a mesma: falta de material e recursos para as melhorias.
Conforme o presidente da Acisa, até agora não passou de promessa o anúncio do governo do Estado no segundo semestre do ano passado de realizar o recapeamento total do asfalto no trecho entre Santa Cruz do Sul e Sinimbu. Enquanto isso, conforme Staub, o asfalto se desmancha sempre mais a cada chuva.
A Gazeta do Sul entrou em contato com o Daer de Porto Alegre duas vezes para obter informações sobre a previsão de obras no trecho, mas não obteve retorno.