A alta tecnologia está sendo cada vez mais usada no controle das atividades da Polícia Rodoviária Federal (PRF), transformando patrulheiros em participantes de um Big Brother pela moralidade e por mais segurança no trabalho, como informou em sua coluna no Globo On line. Desde segunda-feira passada, por exemplo, a Rodovia Niterói-Manilha (BR 101 – Norte) está sendo monitorada 24 horas por 5 câmeras – uma delas instalada dentro do posto da PRF, no bairro de Itaúna, em São Gonçalo, e outra focalizando o pátio onde são acautelados veículos apreendidos.
Entre os objetivos do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPF) está o combate a desvios de conduta, como a corrupção policial, com câmeras instaladas, principalmente, dentro dos postos.
Segundo o inspetor Alexandre Castilho, assessor nacional de comunicação social da PRF, as câmeras são o início de uma série de implementos tecnológicos visando a suprir o baixo efetivo policial e a impossibilidade, no momento, de um novo concurso público, como informa reportagem de Gustavo Goulart publicada no jornal O Globo desta quinta-feira..
Estudos feitos em parceria com a Fundação Getúlio Vargas apontam para o emprego de novas tecnologias como forma de mudar a gestão, agilizar o trabalho policial e efetuar o controle da atividade.
– A medida (instalação de câmeras em rodovias, iniciando pelas mais críticas em termos de segurança) tem três motivos, a princípio: ter respaldo para inocentar o policial acusado de corrupção por algum motorista autuado; flagrar, realmente, o policial que cometa um ato criminoso; e garantir a segurança do policial e da área do posto, como, por exemplo, em caso de invasão por ladrões. Cada posto tem cerca de 30 veículos, em média, acautelado – informou o inspetor Castilho.
O inspetor André Luiz Azevedo, assessor de comunicação social da Superintendência Regional da PF do Rio, assinalou que medida segue um novo modelo de gestão “para saber o que o policial está fazendo, o que podemos esperar dele”. Ele disse que, a partir de 2002 o comando da PRF passo a ter uma nova postura sobre desvios de conduta e muitos policiais foram presos.
Dados fornecidos pelo corregedor regional da PRF, inspetor Cristiano Moraes da Silva, mostram que a linha dura a partir de 2002 deu certo. Em 2006, 135 processos foram instaurados contra policiais, resultando em apenas duas advertências. Em 2007, foram 121 processos com duas advertências, uma suspensão e uma demissão (cassação de aposentadoria). Já este ano, até agora, foram 72 processos, resultando em uma advertência e uma suspensão. Ele disse que 30% dos processos dizem respeito à corrupção.