Cerca de 120 mil transportadores filiados à Associação de Caminhoneiros da Colômbia (ACC) iniciaram ontem uma greve nacional por tempo indefinido, em protesto por um decreto do Governo que libera os preços dos fretes.

O principal sindicato que agrupa os donos de caminhões no país exige do Executivo que se mantenha uma tabela de fretes com preços fixos, a fim de que todos os caminhoneiros cobrem o mesmo custo por viagem em função da distância e do volume de carga.

Por sua vez, solicitam que os preços dessa tabela sejam aumentados 14,7 por cento para cobrir os custos operativos da atividade.

No entanto, o presidente Juan Manuel Santos anunciou ontem que não modificará a tabela de fretes para o transporte de carga pesada e que o Governo não cederá ao que qualificou de “ameaças”.

“Não podemos aceitar estas ameaças, que se não anularmos o decreto então vão à greve, essa não é a forma de dialogar, e o Governo diante deste tipo de ameaças não vai responder, nós continuamos com o decreto”, apontou.

Enquanto o secretário geral da ACC, Ricardo Virviescas, confirmou que a greve já iniciou em todos os departamentos do país e insistiu no pedido ao Governo para que anule o decreto e modifique a tabela de fretes para o transporte de carga pesada.

“Todos os caminhoneiros já estão guardando seus equipamentos, encostando seus caminhões nas encostas das rodovias”, sustentou, depois de assinalar que a paralisação busca também que os motoristas defendam seus direitos.

“Não nos ficou outra alternativa que não fosse a greve. O Governo com a liberdade de tarifas só nos vai levar à quebra”, disse por sua vez o diretor nacional da Associação, Juan Javier Amaya.

Se não há uma tarifa mínima corremos o risco de desaparecer, agregou Amaya, ao mesmo tempo em que criticou os elevados preços dos combustíveis, dos pedágios e as más condições das estradas no país.

Este é o primeiro embate do setor caminhoneiro com a administração do presidente Santos, pois a mais recente greve se registrou em 2008 com uma duração de 14 dias.

Durante esses dias deixaram de ser exportados aproximadamente 57 milhões de dólares por dia, representados em 39 mil toneladas de produtos, de acordo com fontes oficiais.

Além disso, calcula-se que com a greve desta quinta-feira se afetaria a mobilização de mais de 250 mil toneladas diárias de mercadorias, incluindo hidrocarbonetos e os produtos do comércio exterior.