Três dias foi o tempo de espera do caminhoneiro Hélio Vieira da Cunha no pátio da Cargill, em Uberlândia até que conseguir descarregar o milho que trouxe de outro estado. O problema enfrentado por ele é o mesmo de outros caminhoneiros que reclamaram da demora e da falta de estrutura para aguardar que os procedimentos sejam realizados na tarde deste sábado (6). A empresa, por meio de nota, disse que tomou providências para expandir a capacidade de descarga. A situação no momento está normalizada, segundo a empresa.
Na manhã deste sábado, 30 caminhoneiros se reuniram com os representantes da Actbras e protestaram contra as enormes filas e o não pagamento de horas de permanência com caminhões carregados. A ação ocorreu em frente ao pátio da Cargill, no Distrito Industrial.
Assim como Hélio Vieira, cerca de 90 caminhoneiros enfrentam o mesmo problema desde o dia 29 do mês passado. A informação foi repassada ao G1 por um dos representantes da Associação Comercial dos Transportadores Terrestres de Cargas do Brasil (Actbras), Alexandre José da Silva. Ele esteve na cidade junto com o assessor jurídico da Associação para tentarem resolver o problema, mas não conseguiram chegar a um acordo com a empresa de processamento de alimentos.
Alexandre José da Silva ainda informou que como a Cargill se negou a pagar as horas de permanência e foi irredutível em negociar, a Actbras irá cobrar os valores das estadias dos caminhoneiros em juízo. A lei prevê que após o prazo máximo de cinco horas (para carga e descarga do veículo), a empresa deve arcar com R$ 1 por tonelada/hora ou fração ao motorista.
Hélio Vieira ressaltou ainda que falta estrutura no pátio de espera da empresa. Entre os problemas, ele citou o chuveiro que ficou sem funcionar durante quase todo o período que esteve esperando para descarregar o caminhão. Nesse tempo, devido à empresa não oferecer estadia, ele teve que dormir no caminhão e gastar dinheiro para se alimentar. “Estou gastando até o que não tenho”, desabafou.
Antecipação da colheita
Em nota, a assessoria de comunicação da Cargill informou que a fila de caminhões no complexo industrial de Uberlândia foi ocasionada pela antecipação da colheita de milho que, neste ano, devido a fatores climáticos, aconteceu com duas semanas de antecedência. O clima mais seco e o excesso de ventos fizeram com que um grande número de produtores acelerasse o ritmo da colheita.
A empresa disse ainda que tomou todas as providências para expandir a capacidade de descarga, inclusive maximizando horários de recebimento do milho, sem interrupção. A situação no momento está normalizada. Em relação às reivindicações dos caminhoneiros, a Cargill informou que elas estão sendo tratadas diretamente com os produtores de milho da região.
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