O candidato ao Senado Blairo Maggi (PR) defenderá no Congresso Nacional a federalização de rodovias estaduais estratégicas como forma de garantir condições de acessibilidade a municípios mato-grossenses e de atrair recursos da União para complementar as verbas destinadas ao desenvolvimento regional. Maggi reforça ainda que cobrará o asfaltamento de todos os trechos que já integram a malha federal.

Entre as rodovias federais, o ex-governador destaca a importância da mudança no traçado da BR-174, cuja rota, após várias reivindicações, passou a incluir as cidades de Cáceres, Pontes e Lacerda, Juína, Juruena, Aripuanã e Colniza. A alteração ocorreu por meio da lei 11.879, publicada em dezembro de 2008, e proposta pelo Senado Federal. A estrada que começa em Vilhena (RO) passa a sobrepor parte da MT-170, atravessa o Amazonas e Roraima, chegando à fronteira com a Venezuela.

Como na década de 70, quando a rodovia nacional foi delineada, o Noroeste mato-grossense era pouco habitado e não possuía atividades econômicas expressivas, não havia o interesse em colocá-la no projeto. Com os avanços trazidos para o trecho com as políticas federais de habitação da Amazônia, a área ganhou outra conotação no cenário nacional e formou grandes núcleos urbanos a partir da década de 80.

O novo itinerário acrescentou apenas 100 quilômetros na estrada federal – que soma 3,2 mil quilômetros de extensão -, mas beneficiará várias comunidades. “Mato Grosso merece essa estrada e ela proporcionará muitas melhorias para as pessoas daqui. Isso não é uma promessa para amanhã, mas um projeto para um futuro que não está tão distante. Federalizar rodovias não significa que o Estado vai se isentar de suas responsabilidades, porque ele terá de atuar em parceria com o governo federal, que terá de investir aqui”, defende Blairo Maggi.

No Noroeste do Estado, os habitantes aguardam a chegada do asfalto que beneficiará as cidades e comunidades do entorno. Segundo o Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (DNIT), já existem recursos disponibilizados para a manutenção da rodovia de terra, mas ainda não há previsão para receber pavimento. “É muito importante conquistarmos o asfaltamento do trecho. A BR está cada vez mais próxima de Colniza”, complementa o ex-governador.

A facilidade de acesso que pode ser proporcionada com o novo traçado da rodovia federal é bastante esperada pelos moradores da Gleba Guariba, em Colniza, e do Distrito Conselvan, em Aripuanã. Nos limites de Mato Grosso com Rondônia, os povoados remetem a sociedades primitivas, nas quais coisas básicas na zona urbana não fazem parte da realidade popular. Por conta do isolamento, muitas famílias vivem sem energia elétrica e a maioria dos moradores nunca usou a Internet – que precariamente funciona no centro dos municípios.

“A gente acredita muito na nossa região. Vim do Paraná de curiosidade e fiquei. Acredito muito que com nosso trabalho podemos conquistar um futuro melhor e por isso não deixo Guariba. Meus dois filhos estão crescendo aqui. Todo lugar novo é sofrido, mas dá chances e a gente espera uma grande prosperidade. Essa estrada vai trazer progresso para o nosso povo”, afirma o lavrador Nélio Alves de Souza, 44 anos.

Outras quatro rodovias estaduais têm projetos para federalização, segundo o superintendente do DNIT em Mato Grosso, Nilton de Brito. “Uma delas é MT 322 que será sobreposta pela MT 322 e beneficiará muito a região de Alta Floresta. As outras rodovias são a 242, 251 e a 359”, pontuou. Nos últimos sete anos, o governo estadual asfaltou 4 mil quilômetros em rodovias. Até 2002, apenas 1.900 quilômetros eram asfaltados. O Estado possui ainda 26 mil quilômetros de rodovias não pavimentadas.