BRASÍLIA – O candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), garantiu ontem que, se eleito, pretende recuperar toda a malha rodoviária do país no primeiro ano de governo. Alckmin criticou a Operação Tapa Buraco feita pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação A Força do Povo (PT-PRB-PCdoB) à reeleição, no início do ano, na qual foram gastos R$500 milhões. O candidato da Coligação Por um Brasil Decente a presidente inaugurou ontem, em Brasília, o comitê de campanha, próximo à Feira do Paraguai, distante cerca de 10km do Palácio do Planalto.
“A Operação Tapa Buraco foi feita sem concorrência, três anos e meio depois da posse do presidente. Deveria ter sido feita no primeiro ano”, criticou. “Foi um desperdício de dinheiro porque tenho andado pelas estradas e vejo que parte dos consertos já se perdeu porque, simplesmente, jogaram massa asfáltica em cima de trechos já condenados, inaproveitáveis”, disse. Alckmin disse ainda que a recuperação das rodovias reduzirá acidentes, uma das principais causas de mortes no país, e custos de escoamento de safras e do transporte em geral.
O candidato da Coligação Por um Brasil Decente afirmou que pretende integrar as malhas rodoviária, ferroviária e hidroviária do país. Para isso, disse, a equipe analisa os gargalos nessas áreas de transportes. Alckmin defendeu ainda a limitação do prazo de internação de menores infratores em instituições de recuperação, como a Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem).
“Acho que, ao completar 18 anos, o interno deve ser, imediatamente, liberado para sua casa, se não oferecer perigo. Se oferecer, deve ser encaminhado para uma penitenciária, devendo ficar isolado dos outros presos”. O candidato da coligação PSDB-PFL disse que o Estatuto da Criança e do Adolescente hoje está consolidado e deve passar por melhorias. “Se a pessoa que comete crime tem 18 anos, vai para a cadeia; se tem 17 anos, 11 meses e 29 dias, vai para uma Febem e nunca para a cadeia. Temos de mudar isso”. Alckmin lembrou que hoje os infratores ficam na Febem até os 21 anos. O candidato disse ainda que aceita o debate sobre a redução da maioridade penal.
Alckmin afirmou também que não pretende aparecer para os eleitores como o antiLula. “Não quero ser candidato antinada, mas a favor do Brasil. O que está em discussão é o que cada um pode fazer pelo Brasil: crescer mais, aumentar a renda, melhorar a economia, a saúde, a segurança e a educação”. O candidato tucano criticou a política externa da administração Lula e a forma como se comportou em relação ao Mercado Comum do Sul (Mercosul). “O governo deveria ter lutado para acabar com o protecionismo entre os países que integram o mercado de livre comércio. Aconteceu o contrário, cresceu o protecionismo”.
Para Alckmin, o governo Lula foi “fraco” ao não ter reagido à expropriação dos ativos da Petrobras pelo governo da Bolívia. “Não ter reagido a esse tipo de atitude ajudou a aumentar a desconfiança das nações sobre a região”. O candidato de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba (SP), disse ainda que trabalhará para pôr fim à corrupção e que isso é possível de ser feito, desde que seja buscada a máxima eficiência do setor público. “Não há governo ético se ele não é eficiente no controle do gasto público”, afirmou.