Viajantes apostam na pontualidade dos ônibus e escolhem estrada para trajetos curtos. Salas vip, serviço de bordo e vendas pela internet: empresas investem em conforto.
Com o vaivém da crise no setor aéreo, já foi tempo em que andar de avião era a maneira mais rápida e segura de viajar. Com salas vip, vendas por telefone ou via internet, poltronas espaçosas e serviço e revista de bordo, as empresas de ônibus têm conquistado cada vez mais a confiança e a preferência do viajante.
Uma das principais responsáveis pelo trajeto Rio-São Paulo, a Auto Viação 1001 viu a linha ter um crescimento de 25%, entre setembro e novembro do ano passado, quando o caos aéreo começou e 12%, em dezembro, principalmente nos serviços de primeira classe. De lá para cá, a venda de passagens por telefone aumentou 40%. Na Semana Santa, a empresa planeja colocar 30 ônibus extras no trajeto.
“Ônibus é sempre confortável e é mais tranqüilo para chegar. Meu namorado veio de Santa Catarina me visitar outro dia e, em vez de chegar às 21h, chegou às 7h do dia seguinte”, conta a catarinense Emanuele Fernandes, de 21 anos, enquanto aguardava seu ônibus na sala vip com sofá, café, TV e ar-condicionado.
Quem ia do Rio para Belo Horizonte, também preferiu as estradas. No último fim de semana, a Útil colocou dois ônibus extras para atender à demanda da linha quando a situação nos aeroportos se complicou.
Conforto atrai passageiros
“Viajo pelo menos duas vezes por ano e sempre de ônibus. Acho mais prático do que ir ao aeroporto, ter que chegar com antecedência e ainda correr o risco de esperar”, pondera a professora Irene Cifolillo, de 54 anos.
Para cativar o passageiro, a Itapemirim tem até programa fidelidade. Válido por três anos, o cliente soma um ponto a cada viagem e, no final de dez em um ano, ganha outra passagem para um dos destinos utilizados no período.
“O conforto do ônibus melhorou muito de uns anos para cá. É bem melhor do que o avião, as poltronas são mais reclináveis. Só vou de avião se for longe e precisar ganhar tempo”, explica o funcionário público Edmilson Campos, de 44 anos.