LUCRO: a concessionária que administra a BR-163 aumentou em R$ 24,313 milhões a arrecadação com pedágio no ano passado em relação a 2017, mesmo com a paralisação das obras de duplicação. Foto: Divulgação

Crescimento foi obtido mesmo com a paralisação das obras de duplicação na BR-163

A concessionária que administra a BR-163 aumentou em R$ 24,313 milhões a arrecadação com pedágio no ano passado em relação a 2017, mesmo com a paralisação das obras de duplicação.

A concessionária arrecadou R$ 293,626 milhões nas nove praças de cobrança instaladas na BR-163, o que representa 9% a mais que os R$ 269,313 milhões do ano anterior, segundo balanço contábil divulgado pela empresa.

O incremento na arrecadação com pedágio foi motivado por um volume maior de veículos que passaram pela BR-163: de 42,913 milhões no ano retrasado, a quantidade chegou a 44,616 milhões em 2018, aumento de 4%, e também por um fluxo maior de veículos de cargas, foram 4,3% a mais de caminhões e carretas que pagam pedágio com valor maior.

De acordo com a empresa,  “a receita foi de R$ 293,626 milhões em função do consumo de grãos, que acarretou um tráfego maior”. Este fluxo elevado fez com que a empresa faturasse 9% a mais; em contrapartida, os investimentos em obras foram cortados quase à metade.

A redução foi de 45,2%: de R$ 267,459 milhões para R$ 146,643 milhões, motivada pela interrupção da duplicação da via – faltam cerca de 750 quilômetros – e outras obras como pontes, viadutos e passagem de nível. Os investimentos realizados foram basicamente para restauração do asfalto.

Maior corte

O maior corte nos investimentos foi na construção de nova pista, de R$ 249,998 milhões, em 2017, para R$ 132,990 milhões no ano passado. Desde a concessão, em 2014, o valor do ano passado é o menor até agora. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no ano de 2014, foram investidos R$ 193,024 milhões; em 2015, R$ 637,734 milhões.

Depois, os investimentos foram reduzidos ano após ano. Foram R$ 553,260 milhões em 2016 e outros R$ 306,771 milhões em 2017.

Redução de lucros

Mesmo com receita maior, a provisão de R$ 53,759 milhões para manutenção da rodovia este ano fez com que o lucro caísse 66,3% – de R$ 41,292 milhões, em 2017, para R$ 13,903 milhões no ano passado. Em 2017, a provisão foi de R$ 16,986 milhões.

O aumento de 59% nos gastos com serviços também reduziu o lucro da empresa. Há dois anos, foram gastos R$ 28,770 milhões com serviços, valor que saltou para R$ 45,638 milhões em 2018.

A provisão é feita para atender a obrigações contratuais, com intuito de manter a infraestrutura concedida em um nível específico de operacionalidade ou de recuperar a infraestrutura na condição especificada antes de devolvê-la ao poder concedente ao fim do contrato de concessão.

NEGÓCIO DA CHINA: a concessão de rodovias no Brasil sempre foi um bom negócio, para governo e iniciativa privada. Tanto é verdade que os governos estaduais têm se empenhado cada vez mais em transferir lotes e mais lotes de estradas para a o setor privado. Foto: Divulgação