Regiões oeste e meio-oeste são as mais prejudicadas pela precipitação dos últimos 15 dias Francine Cadore
A chuva dos últimos dias deixou um rastro de destruição no meio-oeste e oeste catarinense. Ruas inundadas, pontes rompidas, deslizamento de barreiras em rodovias, casas destruídas e pessoas desalojadas compõem o cenário de devastação nas regiões. Segundo dados da Defesa Civil, até a noite dessa quinta, dia 30, eram 1.392 pessoas desalojadas, 98 desabrigadas, 619 casas danificadas e 11 destruídas, além de estragos em pontes e estradas.
A situação é tão precária que, somente nessa quinta, oito municípios procuraram a Defesa Civil Estadual para decretar situação de emergência. Agora já são 13 cidades do Estado em emergência desde o dia 18. As mais afetadas pelas enxurradas da madrugada de terça para quarta-feira foram Tunapólis, São Domingos, Santiago do Sul, Formosa do Sul, Modelo, Cunha Porá, no oeste; e Quilombo e Saudades, no meio-oeste.
– As chuvas da madrugada fizeram grandes estragos em muitas cidades, especialmente em São Domingos, onde 10 casas foram totalmente destruídas e 10 pessoas sofreram ferimentos leves em função da inundação – relatou o gerente da Defesa Civil Estadual, Emerson Emerin.
Jovem de 18 anos está desaparecido
Em Tunápolis, em apenas oito horas choveu 140 milímetros. No interior do município, o pavilhão de festas de uma família foi levado pelas águas. Na comunidade de São Sebastião, as águas do Rio Macaco Branco invadiram um campo de futebol. Segundo os moradores, somente a parte de cima das goleiras ficou visível.
Em Formosa do Sul, no oeste, o Rio João Emílio inundou casas, estabelecimentos comerciais e impossibilitou a passagem na Avenida Getúlio Vargas. No interior, pontes, pontilhões e bueiros foram destruídos. Os deslizamentos de terra impediram o tráfego nas estradas de chão. Aviários de propriedades próximas ao rio e plantações das famílias ribeirinhas também foram alagados.
Em Quilombo, no meio-oeste, onde um galpão foi arrastado pelas águas na terça-feira, os moradores das comunidades de Vila Gaúcha e São José estão ilhados. As pontes que ligam às localidades ao Centro foram destruídas pela enxurrada.
Em Chapecó, 80 metros do muro do Estádio Índio Condá, da Chapecoense, desabaram. O muro caiu por volta das 20h de terça-feira. Ninguém se feriu. Ontem, engenheiros da prefeitura vistoriaram o local. Para o jogo de sábado, a estrutura será isolada.
Os bombeiros fazem buscas ao corpo de João Carlos Correia, de 18 anos. Terça-feira à tarde, ele e um amigo de Nonoai (RS) tentaram atravessar o Rio Passo Fundo a nado. Paulo Roberto Padilha, 22 anos, conseguiu chegar à outra margem, mas Correia ficou no caminho. Os bombeiros estenderam as buscas ao Rio Uruguai, mas até ontem à noite, não haviam localizado o adolescente.