O inverno que se estendeu até setembro atrasou ainda mais o cronograma de obras para duplicação da BR-101: o trecho da obra que liga Parnamirim a São José do Mipibu, que estava previsto para ser entregue no início de setembro, não foi concluído a tempo. A estimativa inicial de R$300 milhões para a obra dentro do Estado será superada em 25%, segundo o superintendente do Dnit-RN (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), José Narcélio de Sousa.

Ele explica, porém que, em relação aos demais fatores que vinham ocasionando o atraso nas obras – as desapropriações dos terrenos pendentes e a retirada das redes de água, gás e eletricidade que cortam o trecho a ser construído – não significam mais empecilhos para o andamento das mesmas.

“Onde as desapropriações ainda estão pendentes passamos à frente para adiantar as áreas já livres, mas acredito que todas as negociações serão concluídas até o final de outubro”, explicou. O Governo Federal destinou aproximadamente R$20 milhões para a compra dos terrenos. “Não há porque criticar a obra, que será de extrema importância principalmente para o turismo e, conseqüentemente, vai valorizar essas áreas, como já podem sentir os proprietários dos terrenos negociados, que estão recebendo propostas acima das esperadas”.

Até agora 50% do trecho previsto para ser realizado pelo Exército – 46,2km, entre Natal e Arês – está pronto, ou seja, a mesma porcentagem publicada pela Tribuna do Norte em agosto. O segundo lote – de Arês até à divisa com a Paraíba, cerca de 35 quilômetros – que é de responsabilidade de um consórcio entre empresas, avançou 5% nos últimos 20 dias: agora são 35% prontos.

“O impasse com a Cosern foi finalmente solucionado, o nosso problema hoje é com a rede de gás, mas a Potigás já sinalizou que vai cooperar, e pedimos urgência no processo”, disse José Narcélio.

Mesmo contabilizando cinco meses de máquinas paradas devido ao inverno rigoroso, a expectativa de entrega dos 80 quilômetros de obras no Rio Grande do Norte permanece para o início do primeiro semestre de 2009. “Estamos trabalhando a todo vapor, esta é a maior obra nas rodovias federais em território potiguar dos últimos 30 anos”, disse otimista o superintendente.

Outro ponto positivo para as obras, segundo ele, é o avanço nas 14 novas artes especiais (pontes, viadutos, muros de contenção e passagens inferiores, que darão acesso às usinas), além de ampliar mais 14 artes já existentes, entre elas, sete pontes. “Duas destas novas artes já estão prontas e a nossa expectativa é de que sejam concluídas até o final de outubro, 70% do total”.