O diretor-executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, criticou a pesquisa sobre uso de drogas por motoristas de carga, feita pelo Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso. Segundo ele, a amostragem da pesquisa é muito pequena (104 motoristas) e não representa a realidade do País.

Batista informou que existem 758 mil motoristas autônomos de caminhão no País (sendo 14 mil em Mato Grosso) e 485 mil caminhoneiros empregados (7 mil em MT). O diretor-executivo da CNT disse que, em Mato Grosso, os motoristas costumam percorrer distâncias mais longas e, por isso, fariam maior uso de drogas.

A pesquisa, realizada em maio deste ano, constatou que 3% dos motoristas que tiveram a urina coletada (104) usavam cocaína e 8% usavam anfetamina. Para obter dados mais amplos, Bruno Batista anunciou que, em 2008, a CNT vai fazer uma pesquisa nacional sobre o uso de álcool e drogas por motoristas.

O diretor-executivo da CNT participa neste momento de audiência pública das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Viação e Transportes.

Conservação das estradas
Batista afirmou que três fatores podem levar a acidentes nas rodovias: o motorista, o estado de manutenção dos veículos e a situação das estradas. Na audiência, ele apresentou um estudo da CNT sobre as estradas brasileiras. Dos 87 mil km de rodovias analisadas, 74% apresentavam algum problema que pode colocar em risco a segurança dos motoristas (falhas de sinalização, pavimento ou geometria da via).

Dessas estradas, 54% tinham pavimento irregular; 65% apresentavam sinalização com problema; 42% não tinham acostamento; 12% tinha afundamento, ondulação ou buraco; e 89,6% tinham apenas pistas simples de mão dupla, o que comprometeria a segurança porque as estradas brasileiras não comportam o atual fluxo de veículos. Esses problemas ocorrem em 81% das rodovias federais e em 22% das rodovias com pedágio.

Em relação à conservação dos veículos, Batista informou que a idade média dos caminhões brasileiros é de 17 anos, o que gera problemas de manutenção.

A audiência pública prossegue no plenário 12.