Ação avalia saúde dos usuários da BR-116 em Campina Grande do Sul

O tema Distúrbios do Sono será o o principal foco das ações educativas do Comando de Saúde nas Rodovias, promovido amanhã (17), das 8 às 17 horas, pelo sistema O Sest/Senat. O município de Campina Grande do Sul (PR) é um dos trinta pontos contemplados nesta 3º etapa nacional do Comando de Saúde. A mobilização acontece na BR-116, km 56, por onde passam cerca de 700 veículos por hora.

Profissionais de saúde do Sest/Senat Curitiba, da Polícia Rodoviária Federal e de instituições parceiras farão uma blitz para prevenir e identificar distúrbios do sono e outros problemas de saúde entre caminhoneiros. O objetivo é conscientizar os motoristas que manter a saúde em dia é uma das formas de evitar acidentes nas estradas.

Segundo o médico do trabalho do Sest/Senat Curitiba, Walcimir Vieira, os distúrbios do sono mais comuns são a insônia, o ronco e apnéia do sono, a Síndrome das Pernas Inquietas e o uso de medicamentos. “Eles ocorrem principalmente em homens acima de 40 anos e em pessoas obesas”.

Os principais sinais são: irritabilidade, dor de cabeça, hipertensão arterial, além de queda na produtividade. “Nestas condições, a chance do motorista dormir, ter um infarto ou um derrame cerebral ao volante e, portanto, causar um acidente, é muito alta”.

Segundo o Sest-Senat, estatísticas mundiais mostram que entre 26% e 32% dos acidentes de trânsito são provocados por motoristas que dormem na direção.

A dica de prevenção da insônia é não dormir logo após uma refeição e evitar bebida à base de café. O uso contínuo de medicamentos (para dormir ou manter-se acordado) e o consumo de bebidas alcoólicas também agravam o problema.

Comandos de Saúde nas Estradas

As abordagens serão feitas de forma aleatória pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao aderir ao Comando de Saúde, cada motorista passa por uma seqüência de exames clínicos e responde a algumas questões onde são identificados sintomas relacionados à obesidade, hipertensão, tabagismo, alcoolismo, hiperglicemia, excesso de carga de trabalho e uso de medicamentos impróprios. De acordo com o resultado, o motorista recebe orientações para o tratamento e, em casos mais graves, é encaminhado à unidade de saúde mais próxima.

Entre março e maio deste ano, 225 caminhoneiros que trafegavam pelas rodovias federais da região de Curitiba participaram dos Comandos de Saúde. Neste grupo, a avaliação clínica identificou principalmente estresse por carga horária excessiva – condição presente em 53% (120) dos 225 examinados. Outras doenças diagnosticadas foram hipertensão arterial, tabagismo e diabetes.

O médico do trabalho do Sest/Senat Curitiba atua nestas blitze de trânsito há seis anos e considera que ainda há grande resistência da categoria em buscar o diagnóstico precoce de doenças e o tratamento. “Quando o motorista é vinculado a uma empresa, normalmente faz os exames periódicos, mas quando é autônomo, argumenta que não tem tempo para cuidar da saúde”. No Paraná, existem 75.762 caminhoneiros autônomos. Segundo a Federação Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam), em todo o Brasil são 722.716.