Um projeto de reflorestamento, com mais de 16 mil mudas de árvores, está sendo desenvolvido pela Renovias em área do Instituto Agronômico (IAC), localizada no Centro Experimental Central, em Campinas. A ação tem como objetivo a recuperação de área degradada de mata ciliar, em trecho do córrego que fica próximo à rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332), conhecida como Tapetão.

O coordenador de meio ambiente da Renovias, engenheiro agrônomo Fabio Albamonte Amaral Filho, explica que essa iniciativa visa cumprir os termos de compromisso de recuperação ambiental firmados pela concessionária junto ao Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), em virtude de obras realizadas ao longo da malha viária. “É uma forma de compensação por intervenções em áreas de preservação permanente e corte de árvores realizados para melhoria das rodovias e segurança dos usuários”, afirma.

Estão sendo plantadas cerca de 100 espécies diferentes, nativas da região, em uma área total de sete hectares. O projeto de reflorestamento inclui limpeza do terreno, com roçada do mato, alinhamento de ruas, abertura e coroamento das covas para o plantio e colocação de tutores de bambu. Outra preocupação é a destinação correta de todos os materiais utilizados no processo, como os sacos plásticos, que são reaproveitados para a formação de novas plantas. Para garantir água e nutriente às mudas, estão sendo aplicados retentor de umidade e adubos.

De acordo com o engenheiro agrônomo, foi contratada uma empresa especializada para a execução desse projeto e ela será responsável pela manutenção das plantas durante dois anos – tempo necessário para que as diversas espécies possam adquirir vigor e se desenvolverem naturalmente. Nesse período, estão programadas ações como aplicação de herbicidas e adubos, além do combate a formigas e reposição de mudas mortas.

O diretor do Centro Experimental Central, Wilson Barbosa, ressalta que a recuperação desse trecho de mata ciliar é importante para o equilíbrio da natureza e formará um corredor ecológico ligando uma área remanescente de Mata Atlântica, com 14 hectares preservados, a um trecho de cerrado localizado dentro da fazenda. “Além de proteger o leito do córrego e várias nascentes existentes no local, esse projeto contribuirá para ampliar a fauna nesse corredor”, acrescenta. A floresta plantada também servirá como fonte de dispersão de sementes que povoarão outras áreas desprovidas de vegetação nativa.

No total, o Centro Experimental possui 700 hectares, sendo 60% de suas terras utilizadas para experimentação agrícola e 40% delas compostas por prédios de pesquisa, vegetações nativas, bosques, gramados, várzeas, represas e matas ciliares. Barbosa antecipa que, esse trecho de mata ciliar deverá integrar a futura unidade de conservação, na modalidade Estação Ecológica, objetivando proteger definitivamente a área e desenvolver atividades de pesquisa e de educação ambiental. “Poderemos, com isso, receber grupos organizados da sociedade, assim como estudantes e pesquisadores para demonstrar o processo de recuperação da fauna e flora nessa área”, explica.