A obra de construção da Ponte Jornalista Joel Silveira entrou na reta final. Até o momento, já foram implantadas todas as 168 estacas de sustentação, os 15 blocos de apoio e os pilares, que ligam as bases até o tabuleiro central, estrutura mista de concreto e aço pavimentada para a passagem de automóveis e pedestres.
Com a infraestrutura e a mesoestrutura concluídas, agora os 600 funcionários do Consórcio Contern-Tardelli, empresa responsável pela execução dos serviços, estão trabalhando em turnos os sete dias da semana, inclusive no período noturno, para entregar a edificação no prazo estabelecido contratualmente com o Governo do Estado, que é o dia 31 de outubro.
“Estamos acompanhando de perto o cronograma de execução da obra e fazendo todos os esforços para entregar a ponte no final do ano. Além de os funcionários do consórcio trabalharem em turno extra, aos finais de semana e feriados, também promovemos reuniões semanais com os diretores da Contern e da Tardelli para que tudo dê certo”, afirma o secretário de Estado da Infraestrutura, Valmor Bezerra.
Na última sexta-feira, 29 de maio, o secretário esteve em São Paulo, onde tratou de vários assuntos técnicos com a diretoria do consórcio. No dia anterior, ele foi até a cidade mineira de Ipatinga para visitar a usina metalúrgica Usimec, que está confeccionando as vigas metálicas da ponte. Os primeiros suportes começam a chegar a Sergipe a partir do dia 15 deste mês.
A Ponte Jornalista Joel Silveira ligará a região do Mosqueiro, em Aracaju, à praia da Caueira, em Itaporanga D’Ajuda, distante 29 km da capital. O empreendimento terá 1.080 metros de extensão e 14,2 metros de largura. O investimento na obra é de R$ 51.180.300,00, sendo R$ 30 milhões do Governo Federal, através do Ministério do Turismo, e o restante em contrapartida do Governo do Estado.
Ao viabilizar a integração da Grande Aracaju com as praias do litoral sul do estado e com os municípios localizados na região, a construção sobre o rio Vaza-Barris irá ampliar o potencial turístico e promover o desenvolvimento de Sergipe, pois serão criadas condições para a atração de investimentos na área de hotelaria e turismo. Os visitantes baianos, que são os que mais geram emprego e renda no estado, também encontrarão mais facilidade para chegar até a capital sergipana.
Processo
Os serviços de construção da ponte foram licitados em 2005 e as primeiras estacas começaram a ser cravadas no ano seguinte. “A obra foi paralisada no segundo semestre de 2006 e nós retomamos a construção quando assumimos o Governo. Em dezembro de 2008 foi feito um aditivo de prazo para mais 10 meses. O aditivo de valor, que eles também pleitearam, não foi aceito. O consórcio queria reequilíbrio de contrato, mas isso não foi identificado por nossa equipe. Também aplicamos uma multa de R$ 2 milhões por conta da morosidade da obra”, esclarece o secretário da Infraestrutura, Valmor Bezerra.
Neste momento, o Consórcio Contern-Tardelli está empregando diretamente 600 funcionários, entre armadores, carpinteiros, operadores e equipe técnica, que prestam serviços em terra e no leito do Vaza-Barris. No período noturno são 80 pessoas trabalhando para garantir o cumprimento do calendário, e aos domingos a empresa dispõe de 200 empregados atuando na obra.
Engenharia
Até o final da construção da Ponte Jornalista Joel Silveira, terão sido utilizados 20.636,72 metros cúbicos de concreto e cerca de 2,5 milhões de quilos de aço sustentados sobre 168 estacas que, juntas, totalizam aproximadamente 7 km de comprimento.
Treze das 15 bases de apoio da edificação possuem 12 estacas de sustentação, e as duas restantes – os apoios 1 e 15 – têm seis. No terreno submerso mais profundo, as estacas chegam a 50 metros de altura. O gabarito de navegação, que é a distância da água em maré alta até a base do trecho mais alto da ponte, será de 17 metros, o que possibilitará a passagem de qualquer tipo de embarcação.
Cada um dos 15 apoios conta com um bloco de concreto de 1,2 metro de altura por 126,56 metros cúbicos de superfície. A distância entre os blocos é de 80 metros. “Atualmente os serviços estão acontecendo em todos os apoios, ao mesmo tempo. Os mais avançados são o 1 e o 15, que já receberão as vigas metálicas este mês”, diz Antônio Vasconcelos, diretor de Tecnologia do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER/SE).
Antes de serem instaladas as vigas metálicas, os apoios devem receber as aduelas, primeira parte de sustentação da superestrutura. Em seguida, são montados os balanços sucessivos e somente depois são colocadas as grelhas de aço. “Os balanços sucessivos são estruturas de concreto e aço que funcionam como extensões das aduelas. Eles avançam 20 metros para cada lado das colunas. Os 40 metros que ainda separam os apoios serão ligados pela estrutura metálica, que futuramente receberá concreto para formar a laje. Logo após será iniciada a pavimentação e o acabamento final da ponte”, explica o engenheiro Marcelo Sobral, do consórcio executor da obra.
“De maneira prática, o que falta para concluir a obra é a parte por onde os carros irão trafegar, que é uma laje de concreto e vigas metálicas. Isso que é a superestrutura”, resume Antônio Vasconcelos, diretor do DER/SE. Serão construídas duas pistas de rolamento, cada uma com 3,5 metros de largura, e duas pistas de acostamento, de 2 metros, totalizando 11 metros para o deslocamento de automóveis.
Além disso, os pedestres terão uma área de passeio de cada lado da ponte com um metro. O espaço restante será ocupado por barreiras para a segurança de quem irá utilizar a construção. Haverá um guarda-corpo entre a pista e a calçada, que por sua vez terá um gradil, estrutura para a proteção de quem estiver se deslocando a pé.
Impressões
Empregados para reforçar a construção da ponte, os armadores Francisco de Oliveira e Rildo de Jesus ressaltam de maneiras diferentes a importância da obra em que trabalham há 90 dias. “Essa obra vai facilitar o trânsito de pessoas entre Aracaju e as praias e também está gerando emprego e renda para pessoas que poderiam estar paradas. É uma benfeitoria muito grande para a população sergipana”, destacou Francisco, ajudado pelo colega Rildo: “Não só para Sergipe. É importante para quem vem de fora também”, completou.