A Cooperauhton, dona do ônibus cuja roda se soltou e causou a morte de um jovem de 26 anos na quarta-feira, foi vistoriada nesta quintas pela São Paulo Transportes (SPTrans). Dos 39 veículos vistoriados até a noite, 34 foram lacrados pela fiscalização. O veículo que soltou a roda tinha sido vistoriado pela SPTrans no último dia 3, nove dias antes do acidente.

Destes, 27 foram retidos por falta de segurança. Outros sete foram apreendidos por, além de também oferecer risco à segurança, terem mais de dez anos. Devido à idade, eles saem das ruas definitivamente. Os demais podem voltar a circular, desde que sejam enquadrados nos padrões mínimos da SPTrans. O prefeito Gilberto Kassab e o secretário Municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, estiveram presentes na vistoria.

Segundo Kassab, até o fim da semana que vem, todos os 620 veículos da Cooperauhton passarão por vistoria. Depois, será a vez das outras empresas e cooperativas serem fiscalizadas.

Segundo a Prefeitura, até o fim de outubro, todos os 15 mil coletivos da cidade serão vistoriados. O sistema transporta cerca de 4 milhões de passageiros por dia.

– A partir dessa inspeção em toda a frota da cidade, teremos um panorama atual e iremos intensificar a fiscalização – disse o secretário dos Transportes.

A SPTrans informou, no dia do acidente, que fazia de duas a três vistorias por ano nos veículos que fazem transporte coletivo na cidade.

– É inadmissível que haja um acidente com aquelas características. Uma roda não se solta de uma hora para outra – disse Kassab.

– É claro que houve problemas na manutenção – completa Moraes.

O secretário informou que contratará 600 fiscais para a SPTrans nos próximos meses. A empresa também adquiriu um equipamento eletrônico que agiliza a vistoria dos ônibus e vans.

Segundo Simão Saura Neto, superintendente de Engenharia Veicular da SPTrans, a manutenção dos veículos é de responsabilidade das empresas e cooperativas e cabe à SPTrans fiscalizar se essa manutenção é feita corretamente.

– Esse acidente mostra que as empresas não têm a responsabilidade que precisam – disse o prefeito.

Segundo ele, todas as punições previstas em contrato serão aplicadas.

– Acidentes acontecem em todo o lugar. Até na Fórmula 1, eu já vi uma roda se soltando. E eles têm toda a aparelhagem do mundo – disse um gerente da Cooperauhton que se identificou apenas como Edinaldo. Ele afirma que a frota da cooperativa passa por manutenção a cada 60 dias.