O número de acidentes envolvendo motos em Belo Horizonte não pára de crescer e preocupa as autoridades de trânsito. Em 1996, elas representavam cerca de 10% dos boletins de ocorrência. Já em 2006, o índice subiu para cerca de 46%, segundo dados da BHTrans. O resultado é conseqüência do aumento da frota. A cada ano, ainda de acordo com o órgão, cerca de 10 mil motos surgem nas ruas da cidade. Atualmente, há 85 mil cadastradas no órgão público.

As batidas provocadas por motociclistas ocorrem com maior freqüência nas vias movimentadas, mas não é raro encontrar motoqueiros caídos em ruas não são consideradas importantes corredores viários. Ontem, quem passou pela Rua Itapetinga, perto do número 252, no Bairro Cachoeirinha, região Noroeste, atrás do Hospital Belo Horizonte, por volta das 14h, levou um susto ao ver um acidente entre dois veículos.

A moto, de placa HDL 2778, conduzida pelo jovem Lucas Israel Oliveira, de 19 anos, estava em cima do Fusca, de placa GNL 3704, dirigido por Roberto Coutinho Dias. Ambos tiveram apenas ferimentos leves e deixaram o local andando. A ocorrência foi registrada na Companhia de Trânsito da Polícia Militar, que vai apurar o culpado e as causas do sinistro.

“A questão do crescimento da frota é devido ao aumento dos combustíveis, da falta de áreas de estacionamentos para carros na cidade. Hoje mesmo fui ultrapassada por duas motos pela direita. É um risco e as regras para os motociclistas, previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), não são seguidas por muitos motoqueiros. Em alguns casos, eles andam nas laterais dos carros, o que é muito perigoso. Muitas vezes, estão no chamado ponto cego do retrovisor do motorista do carro, que não enxerga o motoqueiro”, alerta a coordenadora do Núcleo de Humanização do Trânsito da Newton Paiva, Rosana Antunes.

A BHTrans está preocupada com o número de batidas envolvendo motos e encomendou uma pesquisa para traçar o perfil de motociclistas vítimas de acidentes.