Os motoristas e cobradores de ônibus, principalmente os que trabalham nas linhas de bairros periféricos, estão alarmados com a crescente onda de assaltos que vem ocorrendo nos últimos dias. Alguns deles chegam a ser abordados pelos vândalos até quatro vezes por semana e temem pela própria vida, em função do registro de morte desses trabalhadores em anos anteriores.

O motorista Rosinaldo Araújo de Souza, que na última quarta-feira, 5, reclamou da situação na parada final da linha Calafate, foi assaltado no sábado seguinte, 7, às 13h15. A categoria ressalta a ousadia dos vândalos, que estão agindo em plena luz do dia, e alerta para o perigo de acontecer a morte de algum dos trabalhadores, para que só então a segurança seja reforçada.

Alguns motoristas que preferem não se identificar dizem que a ousadia dos assaltantes chega a ponto de eles seqüestrarem os carros com ou sem os trabalhadores dentro. Entre as linhas onde vêm ocorrendo os assaltos estão a Floresta e Alto Alegre/Adalberto Sena, entre outros, cujas paradas finais estão tendo que ser antecipadas no percurso em função do isolamento.

A presença das câmeras de segurança instaladas pelas empresas nos coletivos tem ajudado a identificar os assaltantes, mas não inibe a onda de violência. A afirmação é feita pelos motoristas e cobradores, que se revoltam diante da impotência que sentem quando são abordados pelos assaltantes.

O presidente do sindicato da categoria, Averaldo Azevedo, disse na semana passada que a entidade costuma, nessa época, pedir que a Polícia Militar (PM) intensifique a atenção nas linhas de ônibus. Isso ocorre em virtude de nos dois últimos meses do ano haver uma movimentação financeira maior na capital, o que acaba chamando a atenção dos vândalos.

Por outro lado, ele destaca que a instalação das câmeras de segurança nos ônibus e a adoção do cartão magnético fizeram diminuir a circulação de moeda, o que impulsiona uma maior tranquilidade no setor.

A afirmação do sindicalista é reforçada pelo assessor de comunicação do Sindicato da Empresas de Transporte Coletivo (Sindcol), Jairo Barbosa, que ressalta o benefício do equipamento e do cartão. “Hoje 100% dos estudantes usam cartão e já foram expedidos 70% de cartões livres, o que significa que a circulação da moeda caiu.”