É grave o estado de saúde da menina E.G. S., de 4 anos, que caiu da passarela de pedestres, situada na GO-040, saída para Trindade. O acidente aconteceu na tarde chuvosa do último sábado, quando o pai da criança atravessava pelo local pedalando uma bicicleta. A mãe, Amanda Cristina Paula dos Santos Gomes, 19, conta que a filha estava na garupa da bicicleta do marido, quando ele perdeu o equilíbrio, acabou escorregando e ficou pendurado nas grades de proteção, mas passa bem. A menina, que não teve a mesma sorte do pai, está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). E.G.S. teve traumatismo cranioencefálico e respira com ajuda de aparelhos.
A travessia, que deveria oferecer segurança aos pedestres, preocupa os comerciantes do local. De acordo com o proprietário da fábrica de lajes Morada, Emílio Santiago, todos os dias cerca de 200 motocicletas utilizam a passarela, já que o retorno mais próximo fica a três quilômetros de distância. Além disso, existe uma escola pública na localidade, o que faz com que o movimento de crianças seja constante.
No local, as grades de proteção da passarela têm apenas um metro de altura e, entre uma grade e outra, existem espaços abertos. Além disso, não há corrimão, cobertura, telas ou qualquer outro tipo de segurança para que as pessoas não vazem pelas lacunas. Na mesma rodovia, outra passarela, localizada no próximo quilômetro, oferece travessia segura, coberta, com telas nas laterais e corrimão.
Apesar da insegurança da travessia, a Polícia Rodoviária Estadual não tem registros de acidentes no local. Existe só um episódio em que um homem tentou se suicidar, porém não obteve sucesso, uma vez que caiu em cima da carroceria de uma carreta, na Rodovia dos Romeiros.
APELO
A família não dispõe de plano de saúde e está muito preocupada com a saúde da criança. Amanda reclama que sua filha está na UTI com mais 19 pessoas. Para a mãe, é extremamente necessária a transferência da pequena para uma unidade de saúde infantil. “As enfermeiras me alertaram que o risco dela contrair uma infecção aqui é alto. Aí procurei o diretor do Hugo e ele disse que está buscando uma vaga em outro hospital”, declarou. Porém, a mãe foi ao setor de encaminhamento e não existe nenhuma guia requisitando a mudança. Amanda tem mais dois filhos, um recém-nascido e outro de 2 anos.
O diretor do Hugo, Salustiano Gabriel Neto, confirma que existe perigo de infecções nas UTI, mas assegura que E.G.S. não corre qualquer risco de morte. “O neurocirurgião que acompanha a menina explicou que ela está com sua evolução favorável”, destaca. Salustiano garante que não é preciso transferir a criança para outro hospital e que tal medida é inviável para a saúde da pequena. “O Hugo é o único hospital público da Capital que conta com neurocirurgião”, ressalta.
O diretor do Hugo garante que E.G.S. será encaminhada para uma unidade de saúde infantil assim que sair dos respiradores. Salustiano assegurou que conseguirá a vaga para a criança. “Vaga não é o problema, eu consigo. Só que este não é o momento para o procedimento”, frisa.
Mesmo com a explicação do diretor da unidade, a mãe da menina não ficou satisfeita. Para ela, Salustiano quis se justificar perante a imprensa. Amanda apela para que as autoridades salvem a sua filha. “Estou com muito medo do que possa acontecer com ela. Eu deveria estar em casa amamentando o irmão dela, recém-nascido, e estou aqui. Preciso de um esclarecimento, cada hora alguém me chega com uma informação diferente”, finaliza.