Os deputados gaúchos voltam a ameaçar as concessionárias com a instalação da CPI dos Pedágios na Assembléia Legislativa. O novo requerimento para criação da CPI foi elaborado nesta terça e já conta com 11 assinaturas de deputados.

São necessárias 19 assinaturas para a protocolação do pedido na presidência. O autor da proposta, deputado Gilmar Sossella, espera obter ainda hoje o número exigido.

O texto aponta sete fatos para serem investigados. Descumprimento no processo licitatório, quebra de confidencialidade na disputa pelos pólos pedagiados e introdução de novos trechos de rodovias e praças de arrecadação são alguns dos pontos. O requerimento anterior não foi aceito pela presidência da Assembléia, que alegou não haver um fato determinado para ser investigado pela CPI.

Segundo Sossella, a comissão é uma forma de contribuir para melhorar o modelo de pedágio gaúcho. Na semana passada, ele esteve em São Paulo, onde foi examinar as rodovias pedagiadas. Lá, de acordo com o discurso do parlamentar na tribuna, o usuário paga R$ 5 para transitar em rodovia com três pistas em cada sentido. No Uruguai, o pedágio é de US$ 1,50 para transitar em auto-estradas de qualidade.

– Não há um equilíbrio na relação custo-benefício – afirma Sossella, reclamando que os preços cobrados estão acima das vantagens oferecidas pelas concessionárias.

Ainda durante o discurso, o parlamentar referiu-se ao trecho entre Porto Alegre e Rio Grande, onde uma carreta com contêiner, que paga R$ 440, sufoca o trânsito numa pista de uma mão, impedindo ultrapassagens.