Varinhas: cenário de descaso A rodovia Engenheiro Cândido do Rego Chaves (SP-39), mais conhecida como estrada das Varinhas, que liga dois distritos – Jundiapeba a Taiaçupeba, está em péssimo estado de conservação. Os mais de 20 buracos em apenas dois quilômetros da via, entre o início da estrada até a portaria do Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, desafiam os motoristas, ciclistas e pedestres que necessitam utilizá-la diariamente em meio à falta de segurança nos acostamentos em desnível, muita sujeira e à falta de sinalização. As muitas crateras dão um aspecto de “queijo suíço” e põem em risco a vida de centenas de pessoas que transitam pela rodovia e moram em regiões afastadas do centro, como Quatinga, Barroso, Pindorama, Jardim Nove de Julho, e precisam necessariamente passar por ela.
A dificuldade de acesso e a precariedade atingem até os pacientes que procuram o hospital e sofrem também com a escassez de ônibus (leia mais nesta página).O Mogi News percorreu a estrada ontem e só ouviu reclamações por parte de taxistas, moradores, pacientes, pedestres e ciclistas. Bem no começo da via, sentido centro-bairro, uma cena chamou a atenção: um minilixão com vários sacos de lixo, embalagens plásticas e restos de comida na beira da estrada. Além do cenário de descaso, mais à frente há muito barro. O lamaçal obriga o pedestre a sair do já precário acostamento para subir na pista e correr o risco de ser atropelado. As duas pistas são simples – uma mão de ida e outra de volta, mas as ultrapassagens são constantes, apesar do perigo. Isso porque transitam pela estrada muitos caminhões e ônibus, em razão da presença de mineradoras e o escoamento de produtos agrícolas.
O motorista que precisa utilizar o acostamento numa emergência corre o risco de capotar o carro em razão do desnível. O acostamento também é de terra batida.Na altura do quilômetro 46, quem segue no sentido contrário, bairro-centro e precisa fazer uma conversão à esquerda, para as ruas Particular Obara e Luciano de Castro Affonso, só tem duas opções. Ou o motorista se arrisca a parar o trânsito ou joga o carro no barranco, espera acabar o fluxo de veículos para poder virar e entrar na rua.CríticasA ajudante Ana Meire da Silva, de 27 anos, trabalha na barragem do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e sofre diariamente para atravessar a estrada das Varinhas a pé: “É extremamente perigoso andar por aqui e já ocorreram vários acidentes fatais. À noite, ninguém consegue andar, porque é completamente escuro”, reclama. Para ir para o trabalho, ela conta com o ônibus da empresa, mas, na volta, tem de andar a pé. O taxista Acácio Soares da Silva circula pelo menos sete vezes por dia pela estrada e critica a precariedade e falta de manutenção: “Desde que eu comecei a trabalhar aqui, há quatro anos, a situação é a mesma”.
O vigilante Sandro Lourenço, que trabalha na portaria do Dr. Arnaldo, confirmou as inúmeras reclamações dos usuários que passam pela estrada: “Todos passam por aqui e reclamam”.