Os donos de postos de gasolina, restaurantes e lojas que ficam na BR-101 Sul reclamam do prejuízo causado pelo desvios na rodovia, depois que as chuvas derrubaram a ponte de Palmares, afastando os clientes. Os caminhoneiros também se queixam do atraso no percurso, que agora ficou maior.

A BR-101 é o caminho mais curto entre o Recife e Maceió (AL), percurso de 252 quilômetros. Com a queda da ponte, agora o motorista tem duas opções para chegar a Alagoas: no Cabo de Santo Agostinho, pegar a PE-60, pista não duplicada que segue pelo litoral. Por esse caminho, até Maceió, são 30 quilômetros a mais.

A outra alternativa torna a viagem ainda mais longa: pegar a BR-232 até Caruaru e, a partir daí, seguir pela BR-104. Até a divisa com Alagoas são 330 quilômetros e de lá até a capital alagoana são mais 75 quilômetros.

O caminhoneiro Wânio Santos saiu de Santa Catarina e chegou em Escada, na Mata Sul, com 4 horas de atraso: “essa alternativa está trazendo transtornos a transportadoras, a clientes e a nós, motoristas”, falou.

Quem tem comércio próximo à BR-101 sempre registrou boas vendas neste período do ano: por causa das férias, o movimento de carros e ônibus de turismo normalmente aumentava. Mas desde que a região foi atingida pelas enchentes, os comerciantes só calculam prejuízos.

Numa loja de artesanato, aberta há 15 anos em Escada, o dono, Gilvan Santos Gomes, não tem dúvidas de que julho de 2010 é o pior mês de todo esse tempo: “[um prejuízo de] 80%. Essa á margem que eu tenho a calcular desse período”.

Num restaurante, o movimento de clientes está 60% menor que o habitual. Dois funcionários foram demitidos e outros quatro tiveram as férias antecipadas.

Ademílson Prestes, proprietário do local, contou que é a primeira vez que isso acontece: “a gente nunca chegou a demitir funcionário e sempre teve um movimento abaixo do esperado antes das férias. Mas esse mês é de férias é um dos piores meses que eu já tive no meu estabelecimento em quatro anos”.

Em Palmares, os postos de combustíveis eram tradicionalmente pontos de parada de caminhoneiros e taxistas. Agora, os frentistas não têm quase ninguém para atender. É o caso de Clésio da Silva: “depois da queda da ponte o movimento ficou fraco. O movimento na parte do diesel do posto onde eu trabalho, o movimento caiu 70%. Na parte do gás natural, o principal movimento da gente eram os taxistas de Maceió e de Recife. Com a queda da ponte o movimento caiu mais de 90%”, falou.

A ponte caída mede 150 metros. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), a ponte está sendo reconstruída e a previsão é que a obra termine em seis meses.